MP-RJ pede condenação de acusados por incêndio no Ninho do Urubu

O MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) pediu a condenação de todos os réus ainda envolvidos no caso do incêndio que aconteceu em 2019 no Ninho do Urubu, centro de treinamento do Flamengo. A tragédia causou a morte de 10 jovens atletas das categorias de base do clube.


O pedido foi apresentado no domingo (11.mai.2025) e se refere a um processo que tramita há mais de 6 anos. A investigação do MP-RJ durou mais de 3 anos após a denúncia inicial, com a oitiva de mais de 40 testemunhas ao longo da fase processual.

Em nota oficial, o MP-RJ afirmou que as provas reunidas confirmam a responsabilidade penal dos acusados que ocupavam cargos na administração do centro ou atuavam como prestadores de serviço diretamente ligados às condições que levaram ao incêndio.

Entre os réus estão:

  • Antonio Marcio Mongelli Garotti, diretor de Meios do Flamengo;
  • Marcelo Maia de Sá, ex-diretor adjunto de Patrimônio;
  • Claudia Pereira Rodrigues, representante da empresa NHJ, responsável pelos contêineres usados como alojamento;
  • Três engenheiros: Danilo da Silva Duarte, Fabio Hilario da Silva e Weslley Gimenes, responsáveis pela fabricação, montagem e instalação das estruturas;
  • Edson Colman da Silva, técnico de manutenção dos aparelhos de ar-condicionado.

Inicialmente, 11 pessoas foram denunciadas. No decorrer do processo, dois acusados foram excluídos por falta de vínculo com os fatos e um terceiro foi absolvido por ausência de responsabilidade direta.


O ex-presidente do Flamengo Eduardo Bandeira de Mello também foi retirado do processo. Embora tenha assinado os contratos de aquisição dos contêineres durante sua gestão, ele não chegou a ser julgado devido à prescrição do crime, uma vez que atingiu a idade limite prevista no Código Penal.

Em 2014, o então dirigente já havia sido notificado pelo Ministério Público e pelo Ministério Público do Trabalho para regularizar as condições do centro de treinamento, consideradas inadequadas pelas autoridades.

Segundo o MP-RJ, “o episódio, que ficou conhecido como a maior tragédia da história do Flamengo, poderia e deveria ter sido evitado”. O órgão declarou ainda ter demonstrado “com rigor técnico, como os comportamentos dos denunciados contribuíram para a ocorrência do delito que ceifou a vida de dez adolescentes”, e afirmou que a condenação é “a resposta penal justa e necessária”.

O caso agora segue para análise do Judiciário, que decidirá sobre o pedido de condenação dos réus. O incêndio no Ninho do Urubu aconteceu em 8 de fevereiro de 2019, na zona oeste do Rio de Janeiro.

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