MPF aponta risco de colapso na saúde pública durante a COP30

Em nota enviada a órgãos municipais, federais e estaduais, o MPF (Ministério Público Federal) afirmou enxergar risco de colapso generalizado em unidades hospitalares de Belém por considerar a cidade despreparada para atender o aumento da demanda nas semanas da COP30 (Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025).

Dessa forma, o órgão recomendou que seja criado um hospital de campanha para atender pacientes durante a cúpula, que receberá delegações provenientes de diversos países. Também recomendou a ampliação do número de leitos, a contratação temporária de médicos e enfermeiros e o acionamento da Força Nacional do Sistema Único de Saúde em Belém.


O MPF ainda descreveu como inconstitucional a ideia da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) de Belém, de criar uma fila de espera separada no SUS para os participantes da cúpula.


– Salta aos olhos que, ao contrário do divulgado, a saúde de Belém, notadamente de urgência e emergência, não se preparou para a COP30. Se esta é a realidade cotidiana dos moradores, imagine-se com a chegada de mais de 50 mil pessoas – assinalou o órgão.

Em nota, o Ministério da Saúde disse ter destinado R$ 53 milhões para a rede de saúde de Belém como parte dos preparativos para a COP30, e anunciou um repasse de R$ 240 milhões para o estado do Pará.

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, descartou ainda a ideia de criar uma fila paralela no SUS. Também afirmou que a ONU e a OMS (Organização Mundial da Saúde) estão acompanhando o processo de preparação da cúpula.


– Nossos investimentos no município [de Belém] são de mais de R$ 100 milhões para reformar UBSs, unidades de urgência e emergência para toda a população. A COP30 não só vai atender a população como vai deixar um grande legado na área da saúde para a cidade – disse Padilha à Folha de S.Paulo.

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