Nadadora trans perde ação e não poderá disputar Olimpíadas

A Corte Arbitral do Esporte (CAS) rejeitou, nesta quarta-feira (12), o recurso da nadadora transgênero Lia Thomas contra a World Aquatics, que proibiu mulheres transexuais que passaram pela puberdade masculina de disputarem na categoria feminina. Diante da decisão do CAS, Thomas seguirá fora das Olimpíadas de Paris em 2024.

Como argumento, a Corte disse que “Lia Thomas simplesmente não tem o direito de se qualificar para disputar competições da World Aquatics como alguém que não é mais membro da USA Swimming (Federação de Natação dos Estados Unidos), portanto não foi suficientemente afetada pelas regras para ser capaz de desafiá-las”.


Entidade reguladora de esportes aquáticos internacionais, a World Aquatics estabeleceu a norma após Lia Thomas bater recordes em competições universitárias femininas, levando a intensos debates sobre a isonomia entre competidoras esportivas.

Ao justificar sua decisão de proibir atletas trans que passaram pela redesignição após os 12 anos, a World Aquatics argumentou que baseou-se em conselhos médicos e legais de especialistas. A organização disse ainda que criaria uma categoria “aberta” a fim de receber competidoras trans, mas essa modalidade ainda não está disponível em grandes torneios.

Ao comentar a decisão do CAS, a World Aquatics descreveu-a como um “grande passo para proteger o esporte feminino” e reafirmou seu compromisso de “promover um ambiente em que haja justiça, o respeito e a igualdade de oportunidades para atletas de todos os gêneros”.

– Continuamos empenhados em trabalhar em colaboração com todas as partes interessadas para defender os princípios de inclusão nos desportos aquáticos e continuamos confiantes de que a nossa política de inclusão de gênero representa uma abordagem justa – completou a entidade em nota.

Em resposta ao parecer do CAS, Lia Thomas expressou “profunda decepção” e falou em violação aos direitos humanos.

– A decisão do CAS é profundamente decepcionante. As proibições gerais que impedem as mulheres trans de competir são discriminatórias e privam-nos de valiosas oportunidades atléticas que são fundamentais para as nossas identidades. A decisão do CAS deve ser vista como um apelo à ação para todas as mulheres atletas trans continuarem a lutar pela nossa dignidade e direitos humanos – completou.

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