Netanyahu afirma que Israel está pronto para discutir “etapa final” da guerra em Gaza

O primeiro-ministro israelense, Benjamín Netanyahu, afirmou que Israel está preparado para discutir a “etapa final” da guerra em Gaza, na qual o Hamas “deporá as armas”, seus líderes “serão autorizados a sair do país” e a “implementação do plano Trump” de “emigração voluntária” dos habitantes de Gaza será viabilizada.

No início de uma reunião de seu governo neste domingo (29), Netanyahu também disse que seu gabinete se reuniu no sábado à noite e decidiu “aumentar a pressão” em Gaza, segundo suas palavras reproduzidas pelo gabinete do primeiro-ministro em um comunicado.

Netanyahu afirmou perante seu gabinete que “a pressão militar está funcionando” em Gaza, onde o Exército israelense iniciou uma nova ofensiva em 18 de março, após romper o cessar-fogo com o Hamas, que já custou a vida de mais de 900 pessoas.

Para o primeiro-ministro israelense, essa pressão funciona porque “esmagará as capacidades militares e governamentais do Hamas” e também “criará as condições para a libertação” dos reféns israelenses cativos em Gaza (59, entre vivos e mortos).

Em relação às conversas sobre um novo cessar-fogo em Gaza, após a notícia de que o Hamas aceitou uma proposta egípcia para libertar cinco reféns coincidindo com as festas do fim do Ramadã que se celebram a partir de hoje, Netanyahu disse que não é verdade que Israel não esteja negociando.

Segundo o primeiro-ministro, está fazendo isso “sob fogo” e isso “também é efetivo” porque vê que “está havendo rachaduras”, em possível referência às manifestações de habitantes de Gaza nos últimos dias pedindo a saída do Hamas do enclave.

Ele disse que Israel está preparado “para discutir a etapa final” da guerra. “O Hamas deporá as armas. Seus líderes serão autorizados a sair do país. Garantiremos a segurança geral na Faixa de Gaza e viabilizaremos a implementação do plano Trump, o plano de imigração voluntária”, afirmou sobre o plano do presidente americano, Donald Trump, de deslocar os habitantes de Gaza para outros países e transformar o enclave em um local turístico.

“Este é o plano. Não o escondemos, estamos dispostos a discuti-lo a qualquer momento”, acrescentou sobre a ideia do presidente dos EUA, que foi rejeitada pelos países árabes que supostamente deveriam acolher os habitantes de Gaza deslocados.

Além disso, Netanyahu disse perante seu gabinete que qualquer afirmação de que seu governo não se importa com os reféns israelenses de Gaza “é um eco da propaganda do Hamas”, que pretende “criar divisão” em Israel “criando uma imagem falsa”. “Até hoje, a combinação de pressão militar e pressão política é a única coisa que conseguiu trazer de volta os reféns”, assegurou.

Netanyahu também se referiu aos dois projéteis que foram lançados do Líbano para o território israelense nesta sexta-feira (28) sem causar danos, seguidos por um ataque israelense no país vizinho (incluindo em um edifício de Beirute) que deixou pelo menos 5 mortos.

A respeito, afirmou que “o Estado do Líbano é responsável pelo que sai de seu território e deve garantir que isso não aconteça”. “Nenhum ataque contra o Estado de Israel sairá de seu território. Respeitamos o Estado do Líbano e seu exército, e por isso pedimos o que se pede a alguém que você respeita”, acrescentou.


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