Netanyahu ameaça retomar combates em Gaza se Hamas não entregar reféns até sábado

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, advertiu nesta terça-feira (11) o Hamas que, caso o grupo não cumpra o acordo da trégua estabelecida em janeiro e não entregue os reféns previstos para este sábado (15), as Forças de Defesa de Israel (FDI) retomarão os combates intensos na Faixa de Gaza.


“Se o Hamas não devolver nossos reféns até o meio-dia de sábado, o cessar-fogo terminará e as FDI recomeçarão os combates intensos até que o Hamas seja derrotado de forma decisiva”, declarou Netanyahu em comunicado emitido após uma reunião com seu gabinete de segurança.

Diante do anúncio do Hamas de que violaria o acordo e não libertaria os reféns, Netanyahu afirmou que ordenou a mobilização de tropas. “Na noite passada, ordenei que as Forças Armadas se posicionassem dentro e ao redor da Faixa de Gaza. Esta operação já está em andamento e será concluída em breve”, acrescentou o premiê. O Exército israelense confirmou que está reforçando suas tropas no Comando Sul, com um amplo deslocamento de reservistas.

“As tropas estão sendo reforçadas e reservistas estão sendo mobilizados em preparação para vários cenários”, informou o Exército de Israel em nota.

Times of Israel também citou um funcionário do governo israelense alegando que “o Hamas violou o acordo e, portanto, não haverá avanços na implementação da segunda fase do pacto sem o retorno de nossos reféns”.

Por sua vez, o Hamas respondeu às declarações e pediu que o acordo fosse implementado “palavra por palavra”. “Isso garantirá que tudo avance sem problemas e sem atrasos, levando à libertação de prisioneiros de ambos os lados”, declarou Mahmud Mardawi, integrante do grupo.

A tensão aumentou após o Hamas anunciar, na segunda-feira (10), a suspensão da libertação de civis israelenses mantidos reféns até novo aviso. O grupo alega que sua decisão foi uma resposta às “violações do inimigo israelense” em relação ao pacto de janeiro. Entre os pontos citados estão atrasos na permissão para que moradores de Gaza retornem ao norte do enclave, ataques recentes que deixaram ao menos 30 mortos e dificuldades na entrada de “suprimentos de ajuda” para civis.

Diante do impasse, a libertação de três reféns israelenses programada para sábado foi suspensa, assim como os próximos passos do acordo, que seriam discutidos em breve.

Seguindo as determinações do governo, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, colocou o Exército em alerta máximo e garantiu que “não voltaremos à realidade de 7 de outubro”.

“O anúncio do Hamas de suspender a libertação de reféns israelenses é uma violação completa do acordo de cessar-fogo e do pacto para a troca de prisioneiros. Ordenei às Forças de Defesa que se preparem para qualquer cenário em Gaza”, disse Gallant em comunicado nesta terça-feira.

No entanto, o Fórum de Familiares de Reféns enviou uma carta a Netanyahu pedindo que o governo não retome os combates, pois isso dificultaria o retorno de seus entes queridos.

“Vocês tomaram a decisão de trazer todos os nossos reféns para casa por meio de um acordo. Não podemos recuar agora. Não podemos permitir que os reféns definhem em cativeiro (…) O tempo está se esgotando. Os eventos chocantes dos últimos dias demonstram a necessidade urgente de acelerar o cronograma, concluir todas as negociações imediatamente e trazer de volta todos os reféns o mais rápido possível”, diz o comunicado.

Desde o início da trégua em janeiro, cinco rodadas de trocas foram realizadas, resultando na libertação de 21 reféns israelenses e 730 prisioneiros palestinos detidos em Israel.


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