“É a primeira boa ideia que ouvi. É uma ideia extraordinária que acredito que deve ser perseguida, examinada e colocada em prática, porque acho que pode criar um futuro diferente para todos”, disse Benjamin Netanyahu em entrevista à emissora norte-americana Fox News ao ser questionado sobre a proposta de Donald Trump para o futuro da Faixa de Gaza.
O apoio de Netanyahu veio depois que Trump declarou, em uma coletiva de imprensa em Washington, na terça-feira, que os Estados Unidos “assumirão o controle” de Gaza a longo prazo e reconstruirão o território, transformando-o na “Riviera do Oriente Médio”, após a realocação permanente dos palestinos para outros países.
“O que há de errado em permitir que os habitantes de Gaza que queiram sair, saiam? Eles podem ir embora e depois voltar, mas Gaza precisa ser reconstruída”, acrescentou Netanyahu, sem detalhar como a proposta seria implementada ou se o governo israelense já discutiu essa opção com Washington.
Além disso, Netanyahu voltou a elogiar Trump na entrevista à Fox News, descrevendo-o como “o melhor amigo que Israel já teve”.
A relação entre os dois líderes foi próxima desde a presidência de Trump, marcada por decisões como o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel e o apoio à expansão dos assentamentos na Cisjordânia.
Por outro lado, o alto comissário da ONU para os direitos humanos, Volker Türk, alertou na quarta-feira que “qualquer deportação ou transferência forçada de pessoas de um território ocupado é estritamente proibida”, em referência à proposta de Trump apoiada por Netanyahu.
“O direito internacional é muito claro: a autodeterminação é um princípio fundamental e deve ser protegida por todos os Estados, como a Corte Internacional de Justiça (CIJ) ressaltou recentemente”, afirmou Türk em um comunicado enviado à agência EFE.
Paralelamente, o secretário-geral da ONU, António Guterres, demonstrou preocupação com a proposta, destacando que “se queremos soluções, não devemos agravar os problemas”. “É essencial evitar qualquer forma de limpeza étnica”, disse seu porta-voz, Stéphane Dujarric, em uma coletiva de imprensa.
Dujarric enfatizou que “qualquer deslocamento forçado de populações equivale à limpeza étnica”, sem mencionar Trump diretamente, mas deixando claro o direcionamento de sua crítica.
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