A significativa defasagem na correção da tabela do Imposto de Renda no governo Lula vai obrigar a classe média a pagar R$ 230 bilhões a mais do que deveria em Imposto de Renda, afirmou Mauro Silva, presidente da União Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal.
Segundo ele, não por acaso, esse grupo social, que representa o grosso dos contribuintes, pode ser chamado de “otário”. Pelos cálculos de Silva, se a tabela do IR incorporasse a defasagem da inflação, que está em 134%, pelo menos 23,5 milhões de brasileiros estariam livres de prestar contas ao Leão. O limite de isenção seria de R$ 4.852 e não de R$ 2.112, como decidido recentemente pelo governo Lula.
O presidente da Unafisco, que participou do 7º Congresso Luso-Brasileiro de Auditores Fiscais, afirmou estar descrente de que Lula cumpra, ao longo de seu mandato, a promessa de campanha de elevar o limite de isenção para o Imposto de Renda a R$ 5 mil. “Sinceramente, tenho dúvidas se realmente isso acontecerá”, enfatizou. No mesmo evento, a subscretária-geral da Receita Federal, Adriana Gomes Rêgo, disse que, recentemente, houve avanços importantes nesta seara. Ela destacou que a atual correção feita pelo governo na tabela do IR isentou 13 milhões de pessoas. Mesmo assim, números mais recentes do Fisco apontam que 41 milhões de contribuintes entregaram declarações de renda ao Leão neste ano, um recorde.