No Senado, Lewandowski alerta para candidaturas de faccionados

Durante sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Crime Organizado do Senado, nesta terça-feira, 9, o ministro da Justiça e da Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, afirmou que vem alertando partidos para a necessidade de barrar candidaturas que tenham vínculo com facções criminosas.


“Já fiz um apelo aos presidentes dos partidos”, disse o ministro. “Só uma atitude repressiva não é suficiente, os presidente de partidos políticos têm a obrigação de fazer a triagem.”

Lewandowski chamou atenção para o fato de que o crime vem se apropriando de diversas áreas legais da economia. Para ele, este é um “fenômeno novo e global”, e exige uma visão estrutural para ser solucionado.

“O crime hoje está migrando da ilegalidade para a legalidade”, afirmou o ex-magistrado. “Ele está se infiltrando no setor de combustíveis, da coleta de lixo, da construção civil, de streaming. É um crime que hoje está infiltrado até no setor político. Nas últimas eleições, juntamente com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), nós fizemos um esforço para evitar e impedir que o crime se infiltrasse nas eleições municipais.”

A oitiva de Lewandowski marcou o sexto encontro da CPI do Crime. Nessa fase, o colegiado se concentra em analisar a interação entre diferentes órgãos de segurança no compartilhamento de informações, inteligência policial e políticas de prevenção.


Senado convoca TH Joias

A CPI do Crime Organizado já aprovou a convocação do ex-deputado estadual do Rio de Janeiro Thiego Raimundo dos Santos Silva, conhecido como TH Joias.

Em setembro deste ano, o ex-deputado foi alvo de uma operação conjunta das policias Civil e Federal. Ele é suspeito de trabalhar em favor do Comando Vermelho (CV), maior facção criminosa do Rio de Janeiro.

A investigação aponta “provas robustas” de que TH Joias intermediava a compra e venda de armas e drogas pelo CV. Ele também é acusado de nomear outros faccionados para cargos na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).

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