Nos EUA, Netanyahu cita guerra entre “barbárie e civilização”

Em meio a um momento de polarização política nos Estados Unidos, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu discursa no Congresso do país, nesta quarta-feira (24). Diante dos parlamentares estadunidenses, o premiê foi aplaudido de pé e pregou a união entre os dois países. Na ocasião, ele afirmou categoricamente que a guerra no Oriente Médio “não é um choque de civilizações”, mas sim um “choque entre a barbárie e a civilização”.

– Nós nos encontramos hoje em uma encruzilhada da história. Nosso mundo está em convulsão. No Oriente Médio, os eixos de terror do Irã confrontam a América [Estados Unidos], Israel e nossos amigos árabes (…). Não é um enfrentamento entre civilizações, é um enfrentamento entre a barbárie e a civilização, aqueles que glorificam a morte e aqueles que santificam a vida. Para a civilização triunfar, os EUA e Israel têm que permanecer juntos – frisou Netanyahu.


O primeiro-ministro relembrou o atentado terrorista do dia 7 de outubro, que resultou em 1.200 mortos e 250 reféns levados pelo Hamas “às profundezas de Gaza”. Netanyahu garantiu que não descansará até todos os reféns estarem em casa.

– A dor que essas famílias suportaram está além das palavras. Eu me encontrei com eles novamente ontem e prometi a eles isto: não descansarei até que todos os seus entes queridos estejam em casa. Todos eles – salientou.

O premiê disse ainda ter ido pessoalmente aos EUA para assegurar que vão vencer. Ele agradeceu ao atual presidente do país, Joe Biden, por apoiar Israel nos últimos anos e por ser um “sionista orgulhoso”, como se autodenomina o democrata.

– Agradeço ao presidente Biden pelo seu apoio sincero a Israel. Após o ataque selvagem de 7 de outubro, ele justamente chamou o Hamas de “pura maldade”. Despachou dois porta-aviões para o Oriente Médio para impedir uma guerra mais ampla e veio a Israel para estar conosco durante a nossa hora mais sombria, uma visita que nunca será esquecida – afirmou.

De olho nas eleições presidenciais de outubro, ele fez um aceno tanto a Kamala Harris quanto a Donald Trump, a quem chamou de “amigos”, antes da viagem. Segundo o premiê, “independentemente do próximo presidente eleito pelo povo americano, Israel continua sendo o aliado forte e indispensável dos Estados Unidos no Oriente Médio”.

Embora Benjamin tenha manifestado boa relação com ambos os lados, grande parte dos democratas tem se manifestado contra dar seguimento aos conflitos em Gaza, e diversos parlamentares não compareceram ao discurso do premiê. Também há protestos populares contra o primeiro-ministro do lado de fora do Capitólio.

Nesta quinta (25), Netanyahu tem reuniões marcadas com Biden e Kamala Harris. Na sexta (26), será a vez do premiê encontrar o candidato dos republicanos, Donald Trump, que descreveu o encontro como parte de sua agenda de “paz através da força” que quer adotar caso seja eleito.

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