O prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), decidiu recusar o convite ao que chamou de “ato político” do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) marcado para este sábado (29/6), em Cidade Tiradentes, extremo leste de São Paulo. A decisão foi tomada após o emedebista saber que seu principal adversário nas eleições, o deputado federal Guilherme Boulos (PSol), estará no evento e que seu nome foi excluído da placa da obra.
Lula irá anunciar o início de obras de uma nova unidade do Instituto Federal de São Paulo (IFSP) na região, projeto que havia prometido no evento de 1º de Maio do ano passado, no Vale do Anhangabaú, no centro.
O terreno em que a instituição de ensino será erguida, contudo, era da Prefeitura, e havia expectativa, por parte de auxiliares do prefeito, de que o projeto fosse anunciado como uma parceria conjunta entre as gestões municipal e federal.
Segundo auxiliares do prefeito, Nunes foi informado pelo instituto que o evento deste sábado teria uma placa marcando o início das obras, mas a tabuleta teria sido confeccionada sem nenhuma menção à gestão dele.
“Não é por ter o nome, é pelo gesto. Democracia, gente, ela é bonita quando é na sua plenitude”, disse Nunes, na manhã desta sexta-feira (27/6), em um evento marcado para a assinatura da cessão do terreno que abrigará o prédio. No ato, o vereador Jair Tatto (PT), convidado a discursar, criticou a falta de indicação à Prefeitura na placa.
Ao falar com jornalistas, no fim do evento, o prefeito criticou o que chamou de “ato político” de Lula e Boulos.
“Se você pegar os convites que eles estão divulgando, está indo o presidente Lula, o pré-candidato a prefeito e a pré-candidata à vice. É lógico que, só não enxerga que não quer ver, isso é um ato político. Não é um ato de governo quando você põe nesse formato. É óbvio. E a gente está aqui para trabalhar, para solucionar os problemas, não para fazer palanque”, afirmou.
Em maio deste ano, no feriado do Dia do Trabalho, Lula e Boulos participaram de um ato público convocado por centrais sindicais em Itaquera, também na zona leste, que terminou com um pedido explícito de voto do presidente no deputado do PSol para prefeito.
A fala terminou com a aplicação de uma multa de R$ 20 mil e R$ 15 mil à dupla, respectivamente, decidida pela Justiça Eleitoral, por propaganda eleitoral antecipada — a campanha oficial só começa no dia 16 de agosto. Nunes também havia sido convocado para aquele evento e também optou por não comparecer.