O ministro do STF, Nunes Marques, mandou para Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal uma decisão tomada por ele, na semana passada, que suspendeu a cassação do deputado Fernando Francischini. Ao marcar o julgamento para esta terça-feira (7/6), a partir das 14:00 horas, Nunes Marques ignorou o presidente da Corte, Luiz Fux, que já havia marcado uma análise do caso.
No dia 25 de maio, Nunes Marques derrubou uma decisão do Tribunal Superior Eleitoral, que cassou, por 6 votos a 1, o parlamentar em razão da realização de uma live na qual afirmou, sem provas, que as urnas eletrônicas foram fraudadas para prejudicar a eleição de Bolsonaro à Presidência da República.
A decisão do magistrado gerou desconforto no Supremo, já que três dos sete ministros do TSE também são magistrados do STF.
O deputado do União Brasil foi o primeiro político a ter o mandato cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral por propagação de fake news sobre o processo eleitoral.
Nos primeiros minutos da madrugada, o ministro André Mendonça pediu vista e paralisou a análise do mandato de segurança que questionava a decisão de Nunes Marques. A ação, relatada pela ministra Cármen Lúcia, era um pedido do deputado Pedro Paulo Bazana contra a medida de Nunes Marques. O suplente, que assumiu uma cadeira na Assembleia Legislativa após a cassação de Francischini, afirmava ser inconstitucional a decisão.