O Relatório divulgado nesta quinta-feira, 11, pela Missão de Apuração de Fatos da Organização das Nações Unidas (ONU) mostra que a Guarda Nacional Bolivariana (GNB) da Venezuela cometeu crimes e violou direitos humanos ao reprimir opositores de Nicolás Maduro.
Conforme o documento, a GNB atua com brutalidade contra dissidentes do chavismo há pelo menos dez anos. As ações incluem prisões arbitrárias, tortura, espancamentos, estupros e violência sexual em centros de detenção.
“Os fatos que documentamos demonstram o papel da GNB em um padrão de repressão sistemática e coordenada contra opositores ou pessoas percebidas como tal, que se estende por mais de uma década”, disse Marta Valinas, chefe da Missão de Apuração de Fatos.
Nesse sentido, o relatório menciona a chamada operação “toc toc”, realizada no período seguinte à eleição de 2024. A ação envolveu invasões em residências de bairros pobres para intimidar críticos do regime.
ONU indica cadeia de comando sob controle direto de Maduro
O texto destaca que a GNB atua sob uma cadeia de comando centralizada, com ordens subordinadas a Maduro, que também comanda as Forças Armadas Bolivarianas.
“A tortura, os maus-tratos e os atos de violência sexual que verificamos — incluindo agressões e estupros — não foram incidentes isolados”, afirmou Valinas. “Fazem parte de um padrão de abuso usado para punir e destruir as vítimas.”
O relatório surge em meio a novas tensões entre os Estados Unidos e a Venezuela. O presidente Donald Trump tem mencionado, com frequência, a possibilidade de uma intervenção militar no país em razão do combate ao narcotráfico e ao narcoterrorismo.
Em contrapartida, Maduro nega as acusações e diz que Trump tenta derrubá-lo para se apropriar das reservas de petróleo venezuelanas. Além disso, em outras ocasiões, o regime já classificou relatórios semelhantes da ONU como “falsos” e “fabricados”