O Conselho de Segurança da ONU rejeitou a resolução apresentada pelo Brasil em relação ao conflito em curso no Oriente Médio desde 7 de outubro. A proposta brasileira recebeu 12 votos a favor, um voto contrário (dos Estados Unidos) e duas abstenções (do Reino Unido e da Rússia). O veto dos Estados Unidos foi baseado na ausência de menção ao direito de Israel de se defender no texto da resolução. Para a aprovação de uma resolução no Conselho de Segurança, são necessários pelo menos 9 votos favoráveis dos 15 membros, incluindo os membros permanentes (Reino Unido, China, França, Rússia e Estados Unidos). Os países membros não permanentes do conselho são: Albânia, Brasil, Equador, Gabão, Gana, Japão, Malta, Moçambique, Suíça e Emirados Árabes. A reunião, que havia começado na segunda-feira, foi adiada para a manhã da quarta-feira.
O Conselho de Segurança é o órgão responsável por autorizar o uso legítimo da força em caso de ameaças à paz, ruptura da paz e atos de agressão. O Brasil tentou elaborar um texto de resolução que agradasse aos membros permanentes, incluindo a condenação do Hamas por seus ataques a Israel, a libertação imediata e incondicional de reféns civis, a revogação da ordem israelense de deslocamento de civis e funcionários da ONU no sul de Gaza, bem como pausas humanitárias para permitir o acesso à ajuda durante o conflito. A diplomacia brasileira também pretendia submeter à votação uma resolução para criar um corredor humanitário na Faixa de Gaza, embora esse ponto não tenha alcançado consenso em reuniões anteriores.
Em resposta ao crescente número de mortes no conflito, o embaixador palestino na ONU, Riyad Mansour, defendeu a necessidade de um cessar-fogo imediato entre Israel e o Hamas em Gaza, destacando que a continuação da guerra resultaria em mais mortes de palestinos. Até o momento, o conflito causou quase 5.000 mortes em 12 dias, com 3.478 mortos em Gaza e 1.400 em Israel. O número de refugiados internos também aumentou significativamente, com mais de um milhão de refugiados na região, que anteriormente tinha uma população de mais de dois milhões. Notavelmente, um grupo de cerca de 30 brasileiros aguarda a abertura da fronteira de Rafah no Egito para embarcar em um avião presidencial, dado o agravamento da situação no enclave palestino.