Pacheco critica uso político da Abin

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, emitiu uma nota oficial condenando veementemente o uso político da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo anterior. A declaração surge após o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, levantar o sigilo da mais recente fase da Operação Última Milha da Polícia Federal. Esta investigação, iniciada em 2023, foca no suposto uso indevido de recursos da Abin para monitorar autoridades e opositores políticos do ex-presidente Jair Bolsonaro.

“Contaminar a Agência Brasileira de Inteligência com ações político-partidárias e utilizar o aparato estatal para espionar e perseguir parlamentares legitimamente eleitos é um ato criminoso que não apenas enfraquece a instituição, mas também a democracia e a soberania nacional”, afirmou Pacheco em sua declaração.

Segundo informações da Polícia Federal, funcionários da Abin teriam disseminado desinformação direcionada aos três senadores principais da CPI da Pandemia: Omar Aziz (PSD-AM), Randolfe Rodrigues (S/Partido-AP) e Renan Calheiros (MDB-AL). Os parlamentares repudiaram veementemente o uso ilegal da agência, classificando-o como característico de regimes ditatoriais.

Além disso, surgiram relatos envolvendo o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), cujo caso incluiu suposto uso da Abin contra auditores da Receita Federal que investigavam suas atividades. Em resposta às acusações, Flávio Bolsonaro divulgou um vídeo nas redes sociais criticando a divulgação de informações que, segundo ele, não têm relação com as atividades legítimas da Abin.

“Eu entrei com um habeas data para descobrir quem acessou meus dados porque a Receita Federal, no governo do presidente Jair Bolsonaro, me negou acesso. Se o presidente interferisse em alguma coisa, eu não precisaria recorrer à Justiça […] O que ouvi dizer, sem confirmação, é que foi iniciado um processo administrativo disciplinar contra esses criminosos da Receita e que cerca de dez foram punidos.”

Nesta quinta-feira, a Polícia Federal realizou cinco prisões preventivas e sete mandados de busca e apreensão como parte de uma nova etapa da operação em curso.


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