Há uma grande discrepância entre as pesquisas eleitorais e os movimentos políticos dos opositores do presidente Jair Bolsonaro. Enquanto as pesquisas mostram que o atual presidente da República perde em todos os cenários para todos os candidatos, os possíveis vencedores estão se unindo contra Bolsonaro.
Por quê os opositores estão tão nervosos e se unindo, se o presidente, segundo as pesquisas, tem alta taxa de rejeição?
Até Randolfe, dono de um ego gigante e uma megalomania latente, declarou, em pronunciamento na terça-feira (22/02), que não vai concorrer ao governo do Amapá nas eleições de 2022. O parlamentar agradeceu a população do estado e afirmou que seus esforços serão para manter a unidade dos partidos do campo democrático. Randolfe disse ainda ter aceito o convite do ex-presidente Lula para integrar sua coordenação de campanha ao Palácio do Planalto.
“Meu papel será muito mais útil em ajudar a construir um novo tempo para o Brasil, aceitando o convite honroso e gentilmente formulado a mim pelo Presidente Lula neste momento, principal representante das forças de oposição em nosso país, porque a superação deste atual tempo triste será fundamental para que o Amapá volte a crescer. São centenas de avanços que só serão possíveis quando virarmos esta página da história”.
O senador lamentou que o Amapá tem os piores indicadores socioeconômicos do Brasil, com 15,4% da população desempregada. De acordo com ele, 56% da população do estado está abaixo da linha da pobreza, o que representa a pior taxa de todo o Brasil.
“Tudo isso se reflete no aumento da violência, da criminalidade, no aumento das facções criminosas, na constituição de um fenômeno que não existia em Macapá, em Santana: as facções criminosas. Tudo isso se reflete no desalento de pessoas pedindo esmolas nas esquinas, nos sinais de trânsito de Macapá. A realidade do Amapá não mudará se não mudarmos a realidade do Brasil”.
Randolfe recordou ainda o apagão de energia elétrica que o estado sofreu, em novembro de 2020, durante a pandemia de covid-19. Segundo ele, a população sofreu enormes prejuízos, com 90% das pessoas sem energia, água, telefonia, internet e combustível.
“A responsabilidade disso foi do governo federal, que teve completo descaso, seja por parte da Agência Nacional de Energia Elétrica, seja por parte do Ministério das Minas e Energia”, criticou.
Apoio
O senador Omar Aziz (PSD-AM) e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, manifestaram apoio a decisão de Randolfe em permanecer na Casa. Pacheco destacou que o senador vem honrando a liderança de oposição do Senado, trabalhando de forma contundente e fundamentada.
“Quero demonstrar meu profundo respeito por Vossa Excelência e pela opção tomada em relação a campanha de 2022” afirmou Pacheco.
*Com informações da Agência Senado