Após a megaoperação no Rio de Janeiro que deixou 121 mortos, incluindo quatro policiais, os governos do Paraguai e da Argentina reforçaram a segurança em suas fronteiras com o Brasil. O objetivo é impedir que integrantes do Comando Vermelho (CV) e do Primeiro Comando da Capital (PCC) escapem para outros países.
No Paraguai, o número de policiais e a fiscalização de veículos que atravessam a fronteira aumentaram desde a manhã desta quinta-feira (30). Segundo o Conselho Nacional de Segurança do país, operações de inteligência estão tentando identificar se algum membro do CV, com mandado de prisão no Brasil, já entrou em território paraguaio.
Já na Argentina, as fronteiras com o Brasil foram colocadas em alerta máximo desde quarta-feira (29). A ministra da Segurança Pública argentina, Patricia Bullrich, afirmou que brasileiros que entrarem no país serão examinados minuciosamente, mesmo que não tenham antecedentes criminais. Ela ressaltou que turistas não serão confundidos com criminosos, mas que o objetivo é impedir a passagem de integrantes do CV ou do PCC.
“Vou colocar as fronteiras em alerta máximo para que não haja travessia de quem está claramente se deslocando do centro do conflito no Rio de Janeiro”, disse Bullrich.
A operação no Rio, realizada nos complexos do Alemão e da Penha, visou membros do Comando Vermelho e se tornou a mais letal da história do estado. Após o episódio, a Argentina classificou tanto o PCC quanto o CV como organizações narcoterroristas, por possuírem estrutura de poder armado e capacidade de atuação fora do Brasil.
Bullrich também informou que a Argentina possui mais de 40 presos brasileiros ligados a essas facções, todos isolados e monitorados com controle rigoroso.
Com o reforço das fronteiras, Paraguai e Argentina esperam impedir a fuga de criminosos e aumentar a segurança regional, evitando que a violência do Rio se espalhe para outros países.