O Parlamento de Israel (Knesset) deu um passo preliminar na segunda-feira 22 para classificar a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente (UNRWA) como uma organização terrorista.
A proposta também sugere cortar todas as relações com a agência, que faz parte da Organização das Nações Unidas (ONU), conforme relatou a CNN.
A votação representa a mais recente ação israelense contra a UNRWA, que é acusada por líderes israelenses de colaborar com o grupo terrorista Hamas em Gaza. A lei foi aprovada na primeira leitura e será examinada pelos comitês de Relações Exteriores e Defesa, conforme informou o serviço de informação Knesset.
Yulia Malinovsky, autora da lei, afirmou em entrevistas que a UNRWA é “uma quinta-coluna dentro de Israel”. A agência da ONU tem por missão oferecer educação, serviços de saúde e ajuda humanitária a milhões de palestinos em Gaza, Cisjordânia, Jordânia, Líbano e Síria.
As relações entre Israel e a UNRWA sempre foram tensas, mas se deterioraram ainda mais após o início da guerra em Gaza. Israel tem insistido repetidamente no desmantelamento da agência, depois de acusá-la de dar suporte ao grupo.
Vários centros de guerra do Hamas desmantelado pelas forças israelenses, tinham, segundo estas, alguma ligação com a UNRWA.
“Trata-se de mais uma tentativa na longa campanha para destruir a agência”, declarou a porta-voz da UNRWA, Juliette Touma. “São passos nunca vistos na história da ONU.”
Acusações e reações internacionais
Israel afirma que centenas de funcionários da UNRWA pertencem a grupos terroristas, como o Hamas e a Jihad Islâmica, mas ainda não apresentou provas para uma revisão apontada pela ONU.
Diversos países doadores suspenderam o financiamento da UNRWA depois das acusações israelenses, mas muitos voltaram atrás. Entre eles está o Reino Unido, que anunciou na semana passada a retomada do financiamento.
Tanto o Hamas quanto a Autoridade Palestina (AP) condenaram a votação israelense. Hussein Al-Sheikh, aliado próximo do presidente palestino, Mahmoud Abbas, da AP, solicitou à comunidade internacional que resista aos pedidos de dissolução da agência.
Via Revista Oeste