O Partido Novo anunciou nesta terça-feira (20) apoio ao pedido de impeachment contra Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por declaração dada pelo presidente no último domingo (18), na Etiópia. O petista comparou a ação de Israel na guerra na Faixa de Gaza com o extermínio em massa de judeus praticado por Adolf Hitler.
– Um presidente da República não deve apoiar assassinos, terroristas e ditaduras, e tampouco ser hostil com nações amigas – diz a sigla em nota.
O partido é o primeiro a anunciar a assinatura ao pedido oficialmente. Ainda não há previsão de o documento ser protocolado na Câmara. Além do Novo, são signatários do pedido deputados de PL, Podemos, PP, PRD, PSD, Republicanos, União Brasil, Cidadania, PSDB e MDB.
A declaração de Lula ocorreu durante entrevista coletiva em Adis Abeba, capital da Etiópia.
– O que está acontecendo em Gaza não aconteceu em nenhum outro momento histórico, só quando Hitler resolveu matar os judeus – disse Lula, que também criticou Israel ao afirmar que Tel Aviv não obedece a nenhuma decisão da ONU e afirmou que defende a criação de um Estado palestino.
O presidente afirmou ainda que o conflito “não é uma guerra entre soldados e soldados, é uma guerra entre um Exército altamente preparado e mulheres e crianças”.
– Não é uma guerra, é um genocídio – afirmou.
Ainda no domingo, deputados de oposição repudiaram a fala e começaram a recolher assinaturas para apresentar o pedido de impeachment. Na noite de domingo, o documento tinha 80 signatários, que na manhã desta terça-feira já eram 114.
Os parlamentares dizem que a afirmação de Lula é “injustificável, leviana e absurda” e citam um trecho da lei que fundamenta os crimes de responsabilidade para justificar o pedido. O texto diz que é crime “cometer ato de hostilidade contra nação estrangeira, expondo a República ao perigo da guerra, ou comprometendo-lhe a neutralidade”.
Além dos deputados, senadores também repudiaram a fala do presidente. O grupo parlamentar Brasil-Israel, do Senado, condenou e classificou como “tendenciosa e desonesta” o pronunciamento de Lula. Também condenaram a fala o presidente de Israel, Benjamin Netanyahu, e entidades judaicas no Brasil, como a Confederação Israelita do Brasil (Conib).
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