A Polícia Federal apreendeu nesta segunda-feira (4) o celular pessoal do ex-presidente Jair Bolsonaro, em cumprimento a uma ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Este é o segundo aparelho confiscado do ex-chefe do Executivo a mando do magistrado.
A operação foi realizada na residência de Bolsonaro, no Jardim Botânico, onde ele estava no momento da ação. Segundo interlocutores do ex-presidente, ele não dispõe de outro meio de comunicação.
A medida atende a uma decisão judicial que reconheceu o descumprimento das medidas cautelares impostas a Bolsonaro, especialmente por sua participação remota em manifestações contra o Supremo Tribunal Federal. Na decisão, Moraes aponta que o ex-presidente utilizou o celular para se comunicar com manifestantes em Copacabana, no Rio de Janeiro, incentivando coação ao STF e a obstrução da Justiça.
Um vídeo em que Bolsonaro aparece usando a tornozeleira eletrônica, visível no vídeo, foi divulgado pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), mas foi removido da internet poucas horas depois. Além da apreensão do aparelho, a decisão do ministro mantém proibidas as visitas ao ex-presidente, salvo aquelas feitas por advogados ou pessoas autorizadas pelo Supremo.
O primeiro celular de Bolsonaro foi apreendido em 3 de maio de 2023, também por ordem de Moraes. Na ocasião, o ex-presidente se recusou a fornecer a senha do aparelho, que foi retido para investigação em um inquérito que apura possível fraude em dados de vacinação do ex-presidente e familiares.
Desde que deixou a presidência, Bolsonaro reside no Jardim Botânico com sua esposa, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, e a filha do casal, Laura.