O procurador-geral da República, Paulo Gonet, afirmou durante julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira (25) que houve “planos articulados para manter Bolsonaro no poder a todo custo”. A Primeira Turma do STF iniciou a análise da denúncia da PGR sobre a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
Em seu relatório, Gonet descreveu a conduta do ex-presidente Jair Bolsonaro, ex-ministros e militares de alta patente na tentativa de subverter o resultado eleitoral. “A denúncia retrata acontecimentos protagonizados pelo agora ex-presidente da República Jair Bolsonaro, que formou com outros civis e militares organização criminosa que tinha por objetivo gerar ações que garantissem a sua continuidade no poder, independentemente do resultado das eleições de 2022”, destacou o procurador.
Gonet também relembrou o relatório produzido pelo Partido Liberal que tentava provar fraudes nas urnas eletrônicas, apontando-o como um passo para a construção de uma narrativa contra a legitimidade do processo eleitoral. O procurador criticou ainda a nota oficial das Forças Armadas, que, segundo ele, “dava aos apoiadores do golpe a aparência de que as Forças Armadas acolhiam e incentivavam acampamentos espalhados pelo país”.
“Nesses acampamentos, pedia-se insistentemente uma intervenção militar ou intervenção federal, eufemismos para a ruptura pela força do regime constitucional. Vale dizer… Golpe”, concluiu Gonet. A denúncia segue sendo analisada pelos ministros do STF, enquanto o país aguarda o desenrolar dos fatos.
PGR afirma que Bolsonaro formou “organização criminosa” para manter-se no poder
