A Polícia Federal iniciou a perícia no celular do general Braga Netto, ex-ministro de Jair Bolsonaro, que está preso preventivamente desde o último sábado (14), como parte do inquérito sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado em 2022. A informação é do site g1.
Os peritos também examinam os equipamentos apreendidos com o coronel da reserva Flávio Botelho Peregrino, alvo de buscas na mesma data. Por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, Peregrino não teve a prisão decretada.
A análise desses aparelhos é considerada uma etapa crucial para reunir mais informações sobre a possível articulação do golpe.
Braga Netto foi preso sob suspeita de obstrução de Justiça, acusado de tentar dificultar as investigações. Ele atuou como ministro da Defesa e da Casa Civil e foi candidato a vice-presidente na chapa de reeleição de Bolsonaro, derrotada em 2022. Já Flávio Peregrino, alvo de buscas, ocupou cargos no Gabinete de Segurança Institucional (GSI), na Casa Civil e no Ministério da Defesa.
Ao solicitar a prisão preventiva, a Polícia Federal argumentou que a liberdade de Braga Netto representaria um risco à ordem pública, dado o potencial de ele continuar a praticar ilícitos. Investigadores mencionaram “fortes e robustos elementos de prova” que indicam que o ex-ministro teria tentado pressionar membros das Forças Armadas a aderir ao golpe.
Também foram identificadas ações de Braga Netto para obter informações sobre a colaboração premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
A Polícia Federal destacou ainda que o ex-ministro foi “a cabeça, o mentor do golpe, mas sob comando de Bolsonaro”, coordenando ações ilegais realizadas por militares das Forças Especiais. Ele teria utilizado uma sacola de vinho para transportar dinheiro destinado ao financiamento das operações e tentado obter dados sigilosos do acordo de colaboração de Mauro Cid. Além disso, Braga Netto buscou controlar as informações fornecidas pelos investigados e alinhá-las, além de ter coordenado ações clandestinas para tentar prender e executar o ministro Alexandre de Moraes.
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