O tenente da Polícia Militar Henrique Otávio Veloso foi exonerado de seu cargo, em decisão unânime do Tribunal de Justiça Militar do Estado de São Paulo (TJM-SP) nesta quarta-feira (18). Veloso é acusado de matar o campeão mundial de jiu-jítsu Leandro Lo com um tiro na cabeça em 2022, após uma discussão durante um show na Zona Sul de São Paulo.
Todos os sete desembargadores militares votaram a favor da perda do posto e da patente do tenente. A justificativa para a decisão foi o “cometimento de condutas consideradas graves infrações disciplinares, classificadas como desonrosas e incompatíveis com a função policial-militar, além de atentatórias à instituição, ao Estado e aos direitos humanos fundamentais”.
A Secretaria da Segurança Pública (SSP) confirmou que cumprirá a decisão da Justiça Militar, que havia recebido o pedido de exoneração do agente para julgamento. O processo no TJM-SP, que culminou na exoneração, teve início em 24 de abril.
Julgamento Criminal Adiado e Repercussão
Na Justiça comum, o julgamento de Veloso pelo homicídio, inicialmente previsto para 22 de maio, foi suspenso devido a um recurso da defesa. A nova data marcada pelo Poder Judiciário para o julgamento é 5 de agosto, a partir das 10h. O tenente permanece detido preventivamente no presídio militar Romão Gomes, na Zona Norte de São Paulo.
Em nota, o advogado de Veloso, Tiago Pereira Chambo de Souza, informou que “há uma série de ilegalidades nesse processo e a defesa está tratando isso ainda junto ao Tribunal de Justiça Militar”.
O crime ocorreu em 7 de agosto de 2022, em um clube na zona sul de São Paulo. De folga e em trajes civis, o tenente se desentendeu com Leandro Lo e, durante a briga, sacou uma arma e atirou, atingindo o lutador na cabeça. Leandro Lo não resistiu e faleceu. O policial fugiu, mas se apresentou à Corregedoria no dia seguinte.
A morte de Leandro Lo, um dos maiores nomes do jiu-jítsu mundial, gerou forte repercussão entre atletas, entidades esportivas e a sociedade, tanto no Brasil quanto internacionalmente.
O advogado Adriano Salles Vanni, assistente de acusação da família do lutador no processo da Justiça comum, afirmou que a demissão era esperada. “A Justiça Militar é extremamente rigorosa, principalmente quando se trata de um oficial. Esperávamos esse desfecho. Foi uma decisão completamente justa”, declarou.
O Conselho de Justificação, procedimento que avalia a conduta de oficiais da Polícia Militar, considerou que o comportamento de Veloso, além de desonroso, violou princípios fundamentais, como os direitos humanos, tornando sua permanência na corporação insustentável.
Aguardaremos os próximos desdobramentos do julgamento criminal de Henrique Otávio Veloso em agosto.
Polícia Militar Exonera Tenente Acusado de Matar Campeão de Jiu-Jítsu Leandro Lo
