O brasileiro mal conseguiu sentir o doce gosto da redução recente no preço do café e já vai ter de voltar a experimentar o sabor amargo do encarecimento do grão. Essa é a expectativa da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), que aponta que o valor do item devem subir entre 10% e 15% nas próximas semanas, tudo isso depois de ter ficado apenas 2,17% mais barato em agosto na comparação com julho.
A redução no valor do grão em agosto foi apenas a segunda queda mensal consecutiva depois de um ano e meio de altas. No entanto, de acordo com o diretor-executivo da Abic, Celírio Inácio, o quilo do café deve chegar a R$ 80 nos próximos meses. A quantia representa um acréscimo acentuado diante do valor médio registrado no oitavo mês do ano, que era de R$ 62,83.
O aumento seria um resultado de um conjunto de fatores que vem pressionando os preços no campo e, por consequência, na indústria. Uma dessas razões seria o tarifaço de 50% imposto pelos Estados Unidos aos produtos brasileiros. Além disso, os estoques globais do café estão baixos após quatro anos seguidos de perdas na colheita. No Brasil, houve ainda a queda na produção de café arábica.
Até o início de agosto, o mercado acreditava que o presidente americano, Donald Trump, retiraria o café brasileiro da lista de produtos tarifados, como fez com o suco de laranja. Como isso não ocorreu, os preços dispararam diante da expectativa de redução da oferta aos Estados Unidos.
*Pleno news