A Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU) deflagraram, na manhã desta quinta-feira (23), uma operação para desarticular uma organização criminosa responsável pelo desvio e lavagem de recursos públicos federais repassados à Prefeitura de Poções, no sudoeste da Bahia, entre 2021 e 2023. O prejuízo estimado aos cofres públicos ultrapassa R$ 12 milhões.
Segundo a PF, estão sendo cumpridos 25 mandados de busca e apreensão nos municípios baianos de Poções, Encruzilhada, Barreiras e Vitória da Conquista.
Entre os alvos da ação estão o prefeito de Encruzilhada, Dr. Pedrinho (PCdoB), a prefeita de Poções, Dona Nilda (PCdoB), e o ex-chefe de gabinete da Prefeitura de Poções e ex-prefeito do município, Otto Wagner de Magalhães, que foi preso por posse ilegal de arma.
A investigação da PF aponta irregularidades em contratos de terceirização de mão de obra, financiados com recursos do Fundeb, do Sistema Único de Saúde (SUS) e do Fundo Nacional de Assistência Social (FNAS). Entre os problemas identificados estão ausência de estudos técnicos, pesquisa de preços inadequada, majoração indevida de valores contratuais e prestação fictícia de serviços.
As apurações também revelaram a existência de uma estrutura criminosa organizada, atuando em diversos municípios baianos e utilizando empresas de fachada, familiares como intermediários financeiros, movimentações bancárias atípicas e ocultação patrimonial para viabilizar os desvios e a lavagem de dinheiro.
De acordo com a PF, os crimes investigados incluem organização criminosa, peculato, fraude à licitação, lavagem de dinheiro e crimes contra a legislação trabalhista.