Presidente da Anatel defende registro do CPF como requisito para uso de redes sociais

presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Carlos Baigorri, em sua participação na Comissão de Comunicação (CCom) da Câmara dos Deputados, defendeu a necessidade de os usuários de redes sociais serem cadastrados com CPF, nome completo e data de nascimento.

O posicionamento foi apresentado durante um seminário sobre desafios no ecossistema digital, organizado pela CCom da Câmara, na quarta-feira (19).

Baigorri criticou a prática das plataformas de redes sociais de transformar a verificação de identidade em um serviço pago. Ele mencionou especificamente o Meta Verified, lançado em 2023, que custa aproximadamente R$ 54 por mês para autenticação no Instagram e no Facebook, e o selo azul do X (antigo Twitter), que passou a ser tarifado após a aquisição do Twitter por Elon Musk em outubro de 2022, com custo de R$ 60 mensais.

O presidente da Anatel também destacou que a Constituição Brasileira de 1988 garante a liberdade de expressão, mas proíbe o anonimato.

Baigorri sugeriu que as plataformas digitais implementem a verificação obrigatória dos perfis de todos os usuários, semelhante ao procedimento realizado na aquisição de chips pré-pagos.

“Quando o anonimato é a regra, qualquer pessoa pode criar um perfil falso para difamar outros, e quem busca reparação se depara com obstáculos. Isso contribui para um ambiente digital propenso à barbárie e ao retrocesso civilizatório que vemos hoje nas redes sociais. É desafiador distinguir discurso de ódio da censura. No entanto, se a liberdade de expressão compromete a honra de terceiros, o Estado deve garantir meios para que esses direitos sejam defendidos. No ambiente digital, isso não é assegurado. A lei do cadastro pré-pago pode servir como referência”, afirmou Baigorri.

O presidente da Anatel também enfatizou que há uma necessidade de alinhamento entre mídias tradicionais e digitais quanto aos conteúdos veiculados, ressaltando que uma emissora de televisão é responsável pelo que transmite, o que não ocorre necessariamente na internet.


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