O presidente de Madagascar, Andry Rajoelina, fugiu do país nesse domingo (12/10), após quase três semanas de protestos liderados por jovens da Geração Z e um motim militar que abalou o governo. A informação foi confirmada por líderes da oposição e veículos internacionais.
Mais cedo, no mesmo dia, Rajoelina havia denunciado uma tentativa “ilegal” de golpe de Estado “pela força de tomada do poder”, após um grupo militar se aliar aos manifestantes.
Segundo o jornal The Guardian, presidente teria deixado o país em um avião militar francês. A localização de Rajoelina segue incerta, com especulações de que ele esteja na França ou em algum país africano próximo. Até a publicação desta reportagem, Andry Rajoelina não apresentou, oficialmente, uma renúncia.
De acordo com o portal Africanews, estava previsto um pronunciamento do presidente na televisão na noite desta segunda-feira (13/10), mas o discurso não ocorreu.
Os atos contra o governo começaram no fim de setembro, motivadas por cortes constantes de energia e água em Antananarivo, capital do país. O movimento foi encabeçado por jovens da Geração Z – pessoas nascidas entre 1997 e 2012. Rapidamente as manifestações se transformaram em um levante nacional contra o desemprego, a pobreza e a corrupção.
O governo respondeu com repressão. Os confrontos entre manifestantes e forças de segurança deixaram pelo menos 22 mortos e dezenas de feridos. A crise se agravou quando uma unidade de elite das Forças Armadas de Madagascar, o Capsat, declarou apoio aos protestos e se recusou a reprimir a população, nesse domingo.
O próprio presidente Rajoelina afirmou que o país enfrentava uma “tentativa de golpe militar”, acusando o Capsat de “traição”.