Primeira-ministra da Escócia renuncia supreendendo o país

Nesta quarta-feira, 15, a primeira-ministra da Escócia, Nicola Sturgeon, anunciou a renúncia ao cargo dizendo que “chegou a hora” e que é “certo para mim, meu partido e para o país”. 



Nicola Sturgeon,  52 anos, dominou a política escocesa durante quase uma década como primeira-ministra, ao todos foram oito anos no cargo. Em entrevista coletiva em Edimburgo, ela afirmou que permanecerá no posto de líder do governo da Escócia até que um sucessor seja eleito e disse que sua decisão não tem relação com recentes questões de curto prazo.

“Na minha cabeça e no meu coração eu sei que o momento chegou, que é o momento adequado para mim, para o partido e para o país. Por isso, anuncio hoje minha intenção de renunciar como primeira-ministra e líder de meu partido” -afirmou durante a entrevista coletiva.

Ela destacou, no entanto, que não deixará a política, porque permanece comprometida com temas que incluem melhores oportunidades para os jovens e “obter a independência”. “É uma causa a qual dediquei toda minha vida e na qual acredito”, declarou, com a fisionomia cansada. A notícia surpreendeu todo o país.

“Há quase um vácuo que vem depois dela, porque não há ninguém agora que seja um sucessor claro e óbvio para assumir”, disse Anthony Wells, chefe de Pesquisa Política e Social Europeia no YouGov UK, à Reuters.

Ele disse que a força de Sturgeon na liderança do partido tinha contido disputas internas sobre o caminho a seguir. “Sem alguém claramente com a mão sobre o leme, acho que será um pouco caótico.”

Sturgeon tornou-se a líder do Partido Nacional Escocês (SNP) após seu referendo de independência de 2014, quando o país votou 55% a 45% para permanecer como parte do Reino Unido. Sua saída é um duro golpe na luta pela independência da Escócia.

Ela conduziu seu partido a um sucesso retumbante nas eleições britânicas de 2015, conquistando 56 dos 59 assentos na Escócia e estabelecendo-o como o terceiro maior partido do Reino Unido, antes de manter o controle sobre o Parlamento escocês descentralizado nas eleições mais recentes.


Mas Nicola acabou se envolvendo recentemente em uma disputa com o governo britânico do primeiro-ministro Rishi Sunak, e alguns de seus próprios eleitores por conta de um projeto de lei de reconhecimento de gênero e Londres acabou bloqueando o caminho para outro referendo de independência da Escócia.

Seu partido sofreu um golpe em novembro quando o tribunal superior do Reino Unido decidiu que o governo escocês não poderia realizar um segundo referendo pela independência sem a aprovação do Parlamento britânico em Londres.

De acordo com pesquisas, o apoio à independência aumentou acima de 50% após a derrota da Suprema Corte, mas desde então tem recuado.

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