Professora que sugeriu enfrentar fuzis com pedrada pede proteção ao governo Lula

A professora do Departamento de Segurança Pública da Universidade Federal Fluminense (UFF), Jacqueline Muniz, que viralizou nas redes sociais após afirmar que traficantes armados com fuzis poderiam ser “facilmente neutralizados até por uma pedra na cabeça”, pediu para ingressar no Programa de Proteção dos Defensores de Direitos Humanos do Ministério dos Direitos Humanos. O pedido foi apresentado na segunda-feira (3), segundo informações da coluna de Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo.


Criado por decreto federal em 2019, o programa oferece proteção a pessoas ameaçadas em razão de sua atuação na defesa dos direitos humanos. A solicitação foi feita pelo gabinete do vereador Leonel de Esquerda (PT), que preside a Comissão de Favelas da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, e pelo advogado Carlos Nicodemos, integrante do Conselho Nacional de Direitos Humanos.

Durante uma entrevista em que comentava o uso de armamento pesado por criminosos, Jacqueline afirmou que o fuzil “tem baixo rendimento criminal” e que “um criminoso portando um fuzil pode ser facilmente neutralizado até por uma pedra na cabeça”. Segundo a professora, sua fala tinha o objetivo de criticar a alta letalidade das operações policiais no Rio de Janeiro.

“O criminoso tá com o fuzil na mão, ele é facilmente rendido por uma pistola, até por uma pedra na cabeça. Enquanto ele tá tentando levantar o fuzil e colocar o fuzil pra atirar, alguém joga uma pedra e já derrubou o sujeito”, disse Jacqueline.

“Há três décadas a cidade usa a guerra contra o crime para ganhar a eleição. Foi marketing político, uma cloroquina para a segurança e deve, sim, fortalecer o bolsonarismo para o próximo ano”, disse em declaração à Folha.

Após as declarações viralizarem, Jacqueline relatou ter passado a receber ameaças e ataques nas redes sociais. Segundo ela, as postagens ofensivas foram estimuladas por parlamentares bolsonaristas, como os deputados federais Nikolas Ferreira (PL-MG) e Gustavo Gayer (PL-GO).

A professora contou que chegou a ser fotografada enquanto almoçava em um restaurante, e as imagens foram publicadas acompanhadas de insultos e incitação à violência.


“Dá uma pedrada nela. kkkk”, escreveu um usuário em uma das postagens.

Em nota divulgada no domingo (2), a Universidade Federal Fluminense manifestou solidariedade à docente e classificou os ataques como tentativas de intimidação.

“A universidade acompanha com preocupação os discursos de ódio e misóginos direcionados à professora e reitera seu repúdio a qualquer forma de silenciamento de vozes comprometidas com os direitos humanos”, afirmou a instituição.

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