A bancada do PSOL na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) protocolou na segunda-feira (21) um pedido de impeachment contra o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). Segundo os parlamentares, o chefe do Executivo paulista cometeu atos de improbidade administrativa ao reagir com críticas ao governo federal após o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros.
“Estamos protocolando um pedido de impeachment contra o governador pelos atos de improbidade administrativa contra o povo de São Paulo e do Brasil”, afirmou o deputado Guilherme Cortez (PSOL-SP), um dos autores do pedido.
Em 9 de julho, Trump enviou uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comunicando que as novas tarifas começariam a valer em 1º de agosto. Na mensagem, o republicano justificou a medida citando o que chamou de “caça às bruxas” contra Jair Bolsonaro (PL), réu por tentativa de golpe de Estado em 2022.
Na ocasião, Tarcísio — aliado de Bolsonaro e cotado como presidenciável da direita em 2026 — afirmou que “o governo Lula não entendeu ainda que ideologia e aritmética não se misturam”. Após a repercussão negativa, moderou o tom e defendeu uma ação conjunta dos governos federal e estadual para enfrentar o aumento da tarifa.
Para a deputada Mônica Seixas (PSOL-SP), Tarcísio “feriu a soberania nacional ao fazer média com o governo estrangeiro para atacar o Brasil” e teria “comemorado um ataque sem precedentes” ao estado que governa. Ela também o acusa de incentivar pressões internacionais contra o Supremo Tribunal Federal (STF).
O documento assinado pelos parlamentares do PSOL — além de Cortez e Seixas, integram a bancada Carlos Giannazi, Ediane Maria e a Bancada Feminista — argumenta que Tarcísio colaborou com a “fragilização da economia nacional” e “endossou a chantagem de Donald Trump contra o Poder Judiciário brasileiro”, por meio de articulações com Eduardo Bolsonaro e Jair Bolsonaro.
Segundo o pedido, o governador ainda incorreria em crime contra a segurança interna do país ao atuar em favor de pressões internacionais que, segundo os deputados, atentam contra o Estado Democrático de Direito.