PT cria ‘força-tarefa’ para tentar reação contra a direita nas redes

Nesta quinta-feira (22), o Partido dos Trabalhadores (PT) fará uma reunião virtual para debater estratégias digitais de enfrentamento ao que, peculiarmente, chamam de fake news. Convocado pela presidente da sigla, deputada Gleisi Hoffmann (PR), o encontro contará com a participação de Sidônio Palmeira, novo ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom), além de congressistas, assessores e dirigentes do partido.

O evento ocorre em um contexto emergencial de reavaliação da comunicação do governo federal, especialmente após a crise do Pix. Na semana passada, após viralizar o vídeo do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) sobre a adoção de medida fiscal persecutória por parte do governo, o Planalto, sob forte pressão nas redes sociais, recuou ao revogar a medida da Receita Federal que ampliava o monitoramento sobre transações financeiras, incluindo o Pix. Também enviou uma Medida Provisória (MP) ao Congresso para reforçar a gratuidade e sigilo do meio de pagamento.


O encontro desta quinta-feira foi precedido por uma série de críticas de Lula sobre a condução da comunicação do governo. Desde o início de 2024, o presidente demonstrou insatisfação com os resultados da área e intensificou as reclamações no final do ano. Durante um seminário do PT, em 6 de dezembro, ele reconheceu que houve erros estratégicos e afirmou que mudanças seriam necessárias. Para integrantes do partido, essa declaração foi interpretada como uma “demissão pública” do então ministro Paulo Pimenta.

A reunião virtual tem como objetivo alinhar a atuação do partido e do governo nas redes sociais.

– Essa é uma nova linguagem e temos que nos adaptar – disse Jilmar Tatto, secretário de comunicação do PT e organizador do evento, à CNN.

Tatto também ressaltou que a estratégia digital do partido precisa estar conectada à agenda do Planalto e destacou a importância de iniciativas bem-sucedidas nas redes. Um exemplo citado foi o vídeo da deputada Erika Hilton (PSOL-SP). Ele também mencionou o trabalho nas redes de Lindbergh Farias (PT-RJ) e Gleisi Hoffmann como referências para o partido.

Na primeira reunião ministerial do ano, na última segunda-feira (20), Sidônio disse que todos os seus colegas, de agora em diante, precisarão adotar uma estratégia ofensiva e pôr de pé uma “central de monitoramento das redes sociais” para dar respostas rápidas a problemas que atingem o governo.

Essa é mais uma tentativa da esquerda de buscar “sair das cordas” – em analogia ao boxe – e tentar evitar mais um nocaute nas redes sociais.

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