O presidente russo, Vladimir Putin, parabenizou nesta segunda-feira o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, horas antes de sua posse, afirmando que está “aberto ao diálogo” sobre a Ucrânia para alcançar uma “paz duradoura”, três anos após o início da invasão russa ao país vizinho.
“Também estamos abertos ao diálogo com a nova administração dos Estados Unidos sobre o conflito ucraniano”, disse Putin em uma reunião com ministros transmitida pela televisão russa. Qualquer acordo, segundo o presidente russo, deve garantir “uma paz duradoura baseada no respeito aos interesses legítimos de todos os povos”, acrescentou.
Quanto a eventuais negociações sobre a Ucrânia, Putin destacou que “o mais importante é eliminar as causas profundas” do conflito, as quais, segundo ele, a Rússia já mencionou “muitas vezes”, conforme relatou a agência TASS.
Putin já havia parabenizado Trump pela vitória nas eleições e expressado seu desejo de “trabalhar de forma conjunta” com a nova administração americana para resolver a “crise”, levando em consideração “as posições dos dois países”. “Claro, lutaremos pelos interesses da Rússia, pelos interesses do povo russo”, afirmou.
O retorno de Donald Trump à Casa Branca gerou certa “incerteza” em Kiev e entre seus aliados mais próximos, devido à postura do ex-presidente sobre a guerra na Ucrânia, conflito que Trump afirmou ser capaz de resolver em 24 horas.
Putin lembrou que a vitória de Trump nas eleições presidenciais de novembro foi “convincente” e que demonstrou “coragem” durante a campanha, que não foi fácil para Trump e sua família, incluindo “uma tentativa de assassinato”.
Além disso, Putin ressaltou que Moscou tem acompanhado as declarações de Trump e sua equipe “sobre o desejo de retomar os contatos diretos com a Rússia, que foram interrompidos não por nossa culpa, mas pela administração anterior”.
“Partimos do princípio de que o diálogo deve ser baseado na igualdade e no respeito mútuo, levando em consideração o papel significativo que nossos países desempenham em uma série de questões chave na agenda global, incluindo o fortalecimento da estabilidade e da segurança estratégica”, insistiu.
“Aqui, o mais importante é erradicar as causas originais da crise”, afirmou, referindo-se claramente ao aumento da presença militar da OTAN nas fronteiras russas.
Trump afirmou no ano passado que o conflito entre Ucrânia e Rússia estava “morrendo por ser resolvido” e que falaria tanto com Moscou quanto com Kiev para evitar uma “Terceira Guerra Mundial”.
Putin declarou que “dá as boas-vindas” ao desejo de Trump de evitar uma terceira guerra mundial. “Certamente acolhemos essa atitude e parabenizamos o presidente eleito dos Estados Unidos por ter assumido o cargo”, afirmou.
O chefe do Kremlin ouviu, durante a reunião, o relatório do ministro das Relações Exteriores, Serguéi Lavrov, sobre as relações com os Estados Unidos.
O Kremlin espera que seja o próprio Trump quem tome a iniciativa de telefonar para seu homólogo russo. “Não quero que se passe a impressão de que em Moscou estamos sentados esperando pela ligação de Washington. Não, estamos esperando tranquilamente até que a equipe de Trump assuma suas funções e ele entre no Salão Oval. Depois, veremos o que acontece”, disse Yuri Ushakov, assessor presidencial para assuntos internacionais, há alguns dias.
- Câncer de pâncreas: entenda doença que matou Léo Batista
- Ana Maria Braga se pronuncia sobre saída da Globo e manda recado