Putin visita igreja ortodoxa russa na Coreia do Norte

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, visitou a Igreja da Santíssima Trindade em Pyongyang, capital da Coreia do Norte, nesta quarta-feira (17). A congregação faz parte da Igreja Ortodoxa Russa e foi um dos locais visitados por Putin durante sua passagem pelo país.


A Igreja Ortodoxa Russa em Pyongyang foi construída após Kim Jong-il, pai de Kim Jong-un, ter visitado uma igreja em Irkustk, na Rússia, em 2002.

A visita tem dois objetivos, segundo o ministério Portas Abertas, Putin busca promover sua imagem como um devoto cristão e defensor da Igreja Ortodoxa Russa, apresentando-se como um verdadeiro russo ortodoxo e ainda tenta sugerir uma falsa aparência de liberdade religiosa na Coreia do Norte.

Desde o início da “operação especial” na Ucrânia, a Rússia sob o comando de Putin tem se isolado cada vez mais da comunidade internacional, necessitando de aliados. A Coreia do Norte é um desses poucos Estados que continuam a apoiar a Rússia, sendo um dos países que compartilham fronteira com o território russo.

Conhecida por sua necessidade de tecnologia e recursos financeiros, o país asiático vê na Rússia uma aliada importante devido à sua potência em produção de armas, artilharia e mísseis. Em 2023, Putin prometeu auxiliar o programa espacial norte-coreano, e milhares de trabalhadores norte-coreanos foram enviados à Rússia.

A visita de Putin à Coreia do Norte teve como um dos objetivos reforçar a relação entre os dois países. O presidente russo participou de eventos, como desfiles e shows, além de assinar um pacto de mútua defesa com Kim Jong-un, líder norte-coreano.

PERSEGUIÇÃO RELIGIOSA NA COREIA DO NORTE

Desde 1950, cristãos são severamente perseguidos na Coreia do Norte, sendo forçados a praticar sua fé em segredo. Para manter uma aparência de liberdade religiosa, o governo norte-coreano fundou quatro igrejas oficiais em Pyongyang: a Igreja Ortodoxa Russa, uma Igreja Católica Romana e duas igrejas protestantes. No entanto, estas igrejas só realizam cultos na presença de estrangeiros e servem para apoiar a ideologia do regime.

A verdadeira comunidade cristã na Coreia do Norte, estimada entre 300 a 500 mil pessoas, continua a praticar sua fé em segredo, enfrentando prisões, torturas e até a morte. Tanto Putin quanto Kim utilizam a opressão e a propaganda para manter seu poder, e a visita à igreja foi mais uma estratégia de publicidade que não alterou a difícil realidade dos cristãos perseguidos no país.

A Portas Abertas, uma organização que monitora a perseguição aos cristãos, mantém um ministério de rádio que transmite programas de fora da Coreia do Norte, alcançando diariamente milhares de cristãos secretos dentro do país. Ji-Ho, uma norte-coreana, compartilhou sua experiência de ver seu pai ser levado pelas autoridades após encontrarem uma Bíblia escondida em sua casa. O rádio usado pela família para ouvir transmissões secretas foi encontrado oculto atrás de uma foto dos líderes do país.

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