Os militares de Israel conseguiram recuperar o corpo do brasileiro Michel Nisenbaum, de 59 anos. Ele era o único cidadão brasileiro dado como desaparecido em Israel desde o estopim dos ataques do grupo extremista Hamas, em 7 de outubro do ano passado.
Natural de Niterói, no Rio de Janeiro, ele tinha dupla cidadania (israelense e brasileira). Ele morava em Israel havia 45 anos. Lá, trabalhava como técnico em informática. Mary Shohat, de 66 anos, irmã dele, conversou com o Metrópoles no ano passado. E não poupou elogios.
“Um ótimo pai, avô, irmão e amigo. Ele é querido por todos”, definiu Mary. “Michel viaja toda a semana para visitar os cinco netos e agora tem mais um a caminho”, relatou Mary.
O brasileiro-israelense deixa duas filhas, Hen e Michal. Hen tem três filhos pequenos, enquanto Michal deu à luz seu terceiro filho, um menino, no início deste ano.
Ele era diabético e sofria com a doença Crohn — síndrome inflamatória que afeta certas porções do intestino delgado e o cólon. “Ele é uma pessoa muito boa. Apesar de não ser irmã do mesmo pai, somos muito apegados”, contou Mary à época.
Um dos traços marcantes de Michel, segundo os familiares era o espírito solidário. De dar uma carona para um amigo até o aeroporto a integrar equipes de voluntários (na polícia e nos serviços de saúde), essa era a vida do brasileiro além do trabalho como técnico de informática.
“Se alguém pedir ajuda, ele sempre tenta ajudar. Assim é o meu irmão”, lembrou Mary. Mesmo estando divorciado há anos, o brasileiro continuou muito próximo à ex-esposa Mariela Tchicourel.