Resistência a Gonet acende alerta sobre indicação de Lula ao STF

O placar apertado da sabatina que reconduziu o procurador-geral da República, Paulo Gonet, ao cargo nesta quarta-feira (12) acendeu um alerta para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em relação ao seu próximo indicado ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Embora tenha sido aprovado para mais dois anos no posto, Gonet enfrentou a maior resistência desde a redemocratização: foram 45 votos a favor e 26 contrários, somente 4 a mais que o necessário. O resultado representa 20 votos a menos que em 2023


Segundo apuração da Folha de S.Paulo, o placar foi interpretado por ministros do STF e senadores governistas, do centrão e da oposição, como um aviso da resistência que o chefe da Advocacia-Geral da União, Jorge Messias, enfrentará no Senado caso sua indicação seja concretizada e ele passe por sabatina na Casa Legislativa.

Apesar de o presidente Lula estar inclinado a indicar Messias, grande parte do Senado prefere que o ex-presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), seja o escolhido. A avaliação é que o saldo da sabatina de Gonet mostrou que sem o apoio do grupo alinhado ao atual presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e Pacheco, não seria possível enfrentar a rejeição dos parlamentares da direita.

Vale lembrar que o último indicado do presidente, ministro Flávio Dino, foi aprovado por 47 votos a 31. O magistrado é atualmente fonte de descontentamento no Legislativo, por ele ter sido o responsável por autorizar investigações de emendas parlamentares.


Um auxiliar de Lula, no entanto, afirmou que o Planalto está atento à necessidade de articular o diálogo com os senadores, e que acredita que as resistências devem se arrefecer após a indicação.

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