O presidente Lula (PT) encontrará a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, para confirmar se a denúncia de que houve assédio por parte do ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, de fato procede. Segundo o relato de um interlocutor do petista à jornalista Andréia Sadi, do Grupo Globo, caso o fato seja confirmado por Anielle, a situação de Almeida ficará “insustentável”.
A existência de denúncias de assédio envolvendo Almeida foi divulgada pelo site Metrópoles nesta quinta-feira (5). O veículo informou que uma das vítimas seria exatamente a ministra Anielle Franco. A responsável pelas denúncias foi a ONG Me Too, que confirmou ter recebido as denúncias, mas disse que as vítimas pediram anonimato. Anielle não se pronunciou sobre o ocorrido.
Segundo Andréia Sadi, aliados de Lula acreditam que o ideal seria Almeida se afastar do cargo de ministro enquanto a apuração do caso está em andamento. Haveria, porém, uma preocupação dentro do Planalto de que o chefe da pasta de Direitos Humanos “saia atirando”.
De acordo com dois ministros ouvidos pela jornalista, as histórias envolvendo Almeida eram conhecidas nos bastidores desde o ano passado, mas não houve denuncia na Controladoria-Geral da União (CGU). A gestão de Lula já vê o episódio como uma tragédia por conta do simbolismo do ocorrido.
A Polícia Federal (PF) vai investigar o caso e chamará todos os citados na reportagem do Metrópoles para depor. Entre os nomes a serem ouvidos, estão o ministro Silvio Almeida, como denunciado, e a ministra Anielle Franco, na condição de possível vítima. A entrada da PF no caso foi confirmada pelo diretor-geral da corporação, Andrei Passos Rodrigues, à GloboNews.
– [Vamos iniciar a investigação] por iniciativa própria, ainda não recebemos representação – disse Rodrigues.