Reviravolta no caso Vitória Regina

A Polícia Civil de São Paulo mantém as investigações sobre a morte da adolescente Vitória Regina de Sousa, encontrada morta em uma área de mata em Cajamar, na Grande São Paulo, no dia 5 de março. Embora Maicol Antonio Sales dos Santos, de 23 anos, seja o único preso até o momento, a polícia trabalha com a hipótese de que outras pessoas tenham participado do crime.

A reviravolta nas investigações surgiu com o pedido de renovação da prisão temporária de Maicol, que foi prorrogada por mais 30 dias. No documento, a Polícia Civil deixou explícita a possibilidade de envolvimento de “mais indivíduos” no assassinato da jovem. A hipótese contrasta com a linha inicial da apuração, que apontava Maicol como o único autor do crime — inclusive com confissão relatada pelos investigadores.

Segundo a polícia, o crime teria sido motivado por uma obsessão de Maicol por Vitória. No entanto, a defesa do suspeito contesta essa versão e nega que tenha ocorrido uma confissão formal. De acordo com os advogados, Maicol foi coagido a admitir o crime após a saída de seus representantes legais. A suposta coação teria ocorrido dentro de um banheiro da delegacia, com ameaças envolvendo familiares do suspeito.

A defesa também alegou, em nota publicada no dia 24 de março, que Maicol foi impedido pela Justiça de participar da reconstituição do crime. “Não há como reconstituir um crime cuja autoria e dinâmica permanecem desconhecidas”, afirmaram os advogados.

Um vídeo gravado durante a investigação mostra Maicol sendo questionado por policiais enquanto descreve como teria deixado o corpo da vítima. No entanto, ele também afirma estar “se sentindo ameaçado pelos detentos e pelo pessoal lá fora”, o que, segundo seus advogados, compromete a validade da gravação.

A defesa ainda entrou com um pedido de habeas corpus para que Maicol responda em liberdade. No documento, os advogados destacam supostas contradições nos depoimentos de outras pessoas investigadas e afirmam que o cliente se apresentou voluntariamente à delegacia, tendo oferecido o carro para perícia em três ocasiões. Os advogados alegam que essa conduta não foi levada em consideração durante o andamento do inquérito.


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