RJ: Justiça afasta deputada por suposta ligação com milícia

O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro decidiu afastar do cargo a deputada estadual Lúcia Helena Pinto de Barros, a Lucinha, do PSD. O afastamento é por tempo indeterminado. A parlamentar é alvo de buscas da Operação Batismo, realizada nesta segunda-feira (18) pela Polícia Federal (PF) e pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ).

De acordo com a apuração, Lucinha seria o braço político da milícia de Luis Antônio da Silva Braga, o Zinho, que tem forte atuação na região populosa de Campo Grande e Santa Cruz, na Zona Oeste da capital fluminense. As investigações apontam que a deputada afastada seria chamada de “madrinha” pelos milicianos.

Ao todo, foram expedidos oito mandados de busca e apreensão contra Lucinha. Entre os endereços incluídos estão o gabinete da parlamentar na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), no Centro do Rio, e a casa dela, em Campo Grande. Outro alvo de buscas nesta segunda é Ariane de Afonso Lima, uma de suas funcionárias.

A operação desta segunda é um desdobramento da Operação Dinastia, realizada pela PF em agosto do ano passado para tentar prender Zinho e 22 de seus comparsas por uma “matança generalizada”. Na ocasião, oito pessoas foram presas.

De acordo com a TV Globo, fontes do MPRJ e da polícia informaram que quebras de sigilos telefônicos e telemáticos de suspeitos revelaram o envolvimento da deputada Lucinha e de uma assessora dela com a cúpula da milícia do Zinho.

Entre os indícios mais graves levantados, segundo promotores e policiais, estariam a suspeita de interferência na segurança pública do Rio para a soltura de milicianos presos em flagrante;
tentativa de mudança no comando do batalhão da PM em Santa Cruz, área sob domínio do Zinho; e o vazamento de informações sobre operações policiais para captura de milicianos.

Ao portal G1, o presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar (PL), disse desejar “que a deputada consiga esclarecer no seu juízo probatório a inocência dela”. O político ainda disse que “a acusação é muito séria” pelo fato de o Rio de Janeiro estar “num combate muito forte com a segurança pública”.


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