RJ: Moraes manda suspender investigação contra moradores que removeram corpos após Megaoperação

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou na manhã desta segunda-feira (10) que a 22ª Delegacia de Polícia da Penha (DP) suspenda a investigação aberta contra familiares e amigos de vítimas que participaram da remoção de corpos em áreas de mata nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro.


Na decisão, Moraes também estabeleceu que o delegado Leandro Gontijo de Siqueira Alves, titular da unidade, preste esclarecimentos no prazo de 48 horas sobre os motivos da abertura do inquérito.

O caso está relacionado à megaoperação policial realizada no dia 28 de outubro, que resultou em mais de 120 mortes, segundo balanço divulgado pelas autoridades. No dia seguinte, moradores retiraram mais de 70 corpos da mata e os levaram até a Praça São Lucas, na Estrada José Rucas, uma das principais vias da região.

À época, o secretário de Polícia Civil do Rio, delegado Felipe Curi, afirmou que a 22ª DP havia instaurado um procedimento para apurar uma possível fraude processual. De acordo com ele, a corporação dispunha de imagens que mostrariam pessoas retirando criminosos da mata e os colocando em vias públicas, despindo-os.

A decisão de Moraes ocorre no mesmo contexto em que o ministro tem cobrado transparência e preservação de provas sobre a operação, que está sob análise no âmbito da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) das Favelas. O magistrado já havia solicitado ao governo do Rio, ao Ministério Público, ao Tribunal de Justiça e à Defensoria Pública que enviem laudos, imagens de câmeras corporais e dados detalhados sobre a ação policial.


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