Rubio alerta que EUA darão “resposta” à condenação de Bolsonaro

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, afirmou que o governo norte-americano dará uma resposta “na próxima semana ou algo assim” à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). A declaração foi feita em entrevista à emissora Fox News, na última quinta-feira (11).


Segundo Rubio, a decisão representa um enfraquecimento das instituições no Brasil. “Temos esses juízes ativistas – um em particular – que não só perseguiu Bolsonaro, aliás, ele tentou realizar reivindicações extraterritoriais contra cidadãos americanos ou contra alguém que postasse online de dentro dos Estados Unidos, e até ameaçou ir ainda mais longe nesse sentido. Portanto, haverá uma resposta dos EUA a isso”, declarou.

O secretário destacou que o problema vai além da condenação de Bolsonaro, que recebeu 27 anos e três meses de prisão por organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. “O grande X da questão não é apenas o julgamento, mas mais um capítulo de uma crescente campanha de opressão judicial que tem tentado atingir empresas americanas e até mesmo pessoas que operam fora dos Estados Unidos”, disse Rubio.

Rubio já havia chamado o ministro Alexandre de Moraes de “violador de direitos humanos”, acusando-o de conduzir perseguições políticas. “Os Estados Unidos responderão adequadamente a essa caça às bruxas”, declarou o secretário, responsável pela suspensão do visto de Moraes e de outras autoridades brasileiras.

O posicionamento norte-americano provocou forte reação em Brasília. O Itamaraty respondeu em nota oficial: “Continuaremos a defender a soberania do país de agressões e tentativas de interferência, venham de onde vierem. Ameaças como a feita hoje pelo secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, em manifestação que ataca autoridade brasileira e ignora os fatos e as contundentes provas dos autos, não intimidarão a nossa democracia”.


O vice-secretário de Estado, Christopher Landau, reforçou as críticas de Rubio e afirmou que a decisão de Moraes conduz as relações entre Brasil e Estados Unidos “ao seu ponto mais sombrio em dois séculos”.

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