A Rumble e a Trump Media voltaram a acionar a Justiça dos Estados Unidos, na madrugada desta segunda-feira (14), contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A Trump Media é ligada ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Ambas as companhias movem, desde fevereiro, uma ação civil contra o magistrado brasileiro em um tribunal de Justiça Federal da Flórida.
Na última sexta-feira (11), Moraes ordenou que a Rumble suspendesse em até 48 horas o perfil do jornalista Rodrigo Constantino. A plataforma de vídeos não cumpriu a decisão e oficiou a Justiça americana contra o ministro do STF.
A Rumble argumenta que não pretende cumprir a decisão de Moraes por julgá-la “inválida e inexequível”. A plataforma de vídeos aponta que o conteúdo do perfil do comentarista não é violento. A Rumble também relembra que está com o acesso por usuários brasileiros bloqueado desde fevereiro de 2025, o que tornaria o pedido de remoção do perfil de Constantino “sem sentido”.
Além disso, segundo a empresa, o envio dos dados cadastrais do perfil de Constantino, como solicitado por Moraes, poderia infringir leis americanas, uma vez que o comentarista obteve, em 2024, a cidadania do país.
Rumble e Trump Media miram Moraes por acusação de violação à soberania dos Estados Unidos. Na última terça-feira (8), Moraes foi notificado sobre o andamento do processo na Justiça americana. O ofício instou o ministro a prestar esclarecimentos sobre a queixa em até três semanas. Se Moraes não responder ao pedido, será julgado à revelia.
Já a nova movimentação no processo é a primeira desde a crise diplomática que se seguiu após o anúncio de um “tarifaço” contra o Brasil. Na última quarta (9), após falar que o processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) era uma “caça às bruxas”, Trump anunciou uma tarifa de 50% para produtos brasileiros. A medida, por ora, passará a valer a partir de agosto.