Nesta segunda-feira (5/9), o governo da Rússia emitiu um comunicado afirmando que, os governos ocidentais a responsabilidade pelo corte no fornecimento de gás à Europa. Depois de uma paralisação de três dias para manutenção do gasoduto Nord Stream 1, que abastece a Europa a partir da Alemanha, a estatal russa Gazprom anunciou na sexta-feira 2 a interrupção completa do fluxo, sem data para retorno. O motivo alegado seriam problemas na estrutura de peças do gasoduto, encontrados durante a manutenção de rotina.
O porta-voz do governo de Vladimir Putin, Dmitry Peskov, disse que “os problemas com o bombeamento de gás surgiram por causa das sanções dos Estados ocidentais”. “Não há outra razão para esses problemas.” Para o governo russo, as sanções impediram e dificultaram a manutenção de equipamentos.
Uma turbina do Nord Stream 1, enviada ao Canadá para reparos, não voltou à Rússia. A Gazprom alega que a Alemanha, onde o equipamento está, não cumpriu termos contratuais, e, por isso, a turbina não pôde ser recebida pela Rússia e instalada no gasoduto. Isso fez o Nord Stream 1 funcionar com apenas 20% da capacidade desde julho. Agora, com esses novos problemas, o gasoduto interrompeu completamente o fluxo de gás para a Europa.
Para os governos europeus, a justificativa russa é cínica e enganosa. Eles acusam o governo de Vladimir Putin de fazer chantagem energética, usando a diminuição do gás para obrigar os países a baixarem as sanções.
Depois da invasão da Ucrânia, em fevereiro, diversos países ocidentais, como os integrantes da União Europeia, Estados Unidos e Canadá, impuseram sanções à Rússia, diminuindo relações comerciais e colocando fim a acordos de cooperação internacional em vários campos, anteriormente em vigor.
Sem o gás russo, os europeus temem o inverno que se aproxima, quando a demanda por gás aumenta consideravelmente, para garantir o aquecimento em residências e imóveis comerciais, e alta dos preços, que podem pressionar ainda mais a inflação crescente no continente.
Importante lembrar que, na Europa a crise do gás está no centro das atenções e os investidores esperam ainda hoje pela decisão da Organização de Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) sobre oferta da commodity.
A crise energética penaliza os mercados internacionais nesta segunda-feira (5) e os preços de gás disparam mais de 30% após a estatal russa Gazprom não retomar o fornecimento do produto pela Nord Stream 1 ao continente no fim de semana.
As bolsas europeias recuam em meio à crise do gás e após os índices de gerentes de compras (PMIs) da região mostrarem queda em agosto, sendo que o PMI composto da zona do euro e da Alemanha estão abaixo de 50, apontando contração da atividade. O PMI do Reino Unido caiu a 50,9 em agosto, ainda no terreno de expansão, mas no menor nível em 18 meses. Na China, o PMI composto também recuou, passando de 54,0 para 53,0.