Saiba o que disse Rogério Marinho ao STF sobre Bolsonaro e a transição de governo nesta segunda-feira

O senador Rogério Marinho (PL-RN), líder da Oposição no Senado e ex-ministro do Desenvolvimento Regional do governo Jair Bolsonaro (PL), afirmou nesta segunda-feira (2) à 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) que o ex-presidente “nunca discutiu uma possível ruptura institucional”. Segundo Marinho, Bolsonaro estava focado em uma transição pacífica de governo, mesmo após a derrota nas eleições para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).


Em seu depoimento, Marinho ressaltou a preocupação de Bolsonaro para que “não houvesse excessos” e, sim, “houvesse civilidade na transição de poder”. O senador descreveu o ambiente pós-eleitoral. “Houve preocupação grande no presidente para que não houvesse excessos, houvesse civilidade na transição de poder. Todos estávamos chateados, não esperávamos a derrota. É natural, você quer ganhar, não quer perder. Não é fácil uma eleição da forma que ocorreu. Eu via o presidente preocupado para não haver o bloqueio de rodovias, [para que] não prejudicasse a vida das pessoas, nada para atrapalhar a economia ou a mudança do comando do país”, afirmou.

O senador também negou veementemente que o ex-ministro Braga Netto tenha conversado com ele sobre qualquer plano de ruptura institucional. De acordo com Marinho, as reuniões entre os dois se concentraram exclusivamente na organização partidária. “Não teve diálogo por parte do Braga Netto sobre ruptura, ele não me colocou nessa situação. Havia uma preocupação com o PL, organização partidária”, apontou.

Marinho ainda detalhou que Bolsonaro tinha planos para o cenário político pós-eleitoral. “O presidente o tempo todo falava a respeito da eleição do Congresso Nacional, da importância de ele ter a presença do Senado e da importância do crescimento do PL”, disse o senador.

Início dos interrogatórios e rito processual

Após o depoimento de Marinho, o ministro Alexandre de Moraes, relator da ação penal, anunciou que os interrogatórios dos réus do primeiro núcleo da suposta trama, que inclui Bolsonaro, Braga Netto e outras seis pessoas, terão início na próxima segunda-feira, dia 9. O primeiro a ser ouvido será o tenente-coronel Mauro Cid, que é colaborador da Justiça.


Os réus serão ouvidos por Moraes de forma presencial na Primeira Turma do STF. Eles terão o direito de permanecer em silêncio, se assim desejarem, uma vez que “nenhum acusado é obrigado a produzir prova contra si mesmo”.

Finalizados os interrogatórios, o ministro Alexandre de Moraes abrirá um novo prazo para que acusação e defesas apresentem suas alegações finais. Em razão da delação firmada por Mauro Cid, a ordem de apresentação privilegiará as defesas: a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentará seus argumentos finais, seguida pelo ex-ajudante de ordens e, por fim, por todas as defesas dos réus.

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