Os últimos três integrantes da comitiva de senadores brasileiros que viajou aos Estados Unidos desembarcaram neste domingo (27) em Washington, onde participam de uma missão diplomática para tentar reverter o aumento de tarifas sobre produtos brasileiros. A delegação busca abrir canais de diálogo com autoridades e empresários norte-americanos diante da ameaça do chamado “tarifaço”, que pode afetar cerca de 1,9 milhão de empregos no Brasil, segundo estimativa da Comissão de Relações Exteriores (CRE) do Senado.
Carlos Viana (Podemos-MG), Jaques Wagner (PT-BA) e Rogério Carvalho (PT-SE) se juntaram aos demais parlamentares da delegação para uma reunião de alinhamento ainda neste domingo. Ao todo, oito senadores integram a missão, que tem compromissos marcados até quarta-feira (30) com lideranças políticas, diplomáticas e empresariais nos Estados Unidos.
A agenda oficial começa nesta segunda-feira (28) com um café da manhã de trabalho na residência oficial da embaixadora do Brasil em Washington, Maria Luiza Viotti. Também participará do encontro o embaixador Roberto Azevêdo. Ao longo do dia, estão previstas reuniões fechadas e, a partir das 14h (horário de Brasília), um encontro com representantes do Conselho Comercial Brasil-EUA e empresários de ambos os países.
Entre os temas a serem discutidos estão o impacto das tarifas, os mecanismos de defesa comercial e o ambiente legislativo dos dois países. A iniciativa dos senadores visa também reforçar os laços diplomáticos e alertar o governo norte-americano para os prejuízos que a nova política comercial pode causar a setores estratégicos da economia brasileira.
Apesar dos esforços, o clima em Washington é de incerteza. No mesmo dia, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reafirmou que manterá o prazo para impor tarifas de até 50% sobre parceiros comerciais, incluindo o Brasil. A declaração foi feita durante uma reunião com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, na Escócia, onde Trump também ameaçou taxar em 30% todos os produtos da União Europeia caso não haja acordo com Bruxelas.
O secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, reforçou a posição do governo americano em entrevista à Fox News, afirmando que as novas tarifas entrarão em vigor em 1º de agosto. Ainda assim, ele indicou que a Casa Branca está aberta a negociações, mesmo após o prazo estipulado.
A missão dos senadores brasileiros ocorre em um momento crítico das relações comerciais entre os dois países e busca evitar impactos negativos para a economia nacional.