O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou em entrevista coletiva nesta quinta-feira (20) que o general Gonçalves Dias deixou o cargo de Ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) por conta própria. A declaração foi feita após a demissão do general na última quarta-feira, 19, que ocorreu após a divulgação de vídeos inéditos da invasão do Palácio do Planalto durante os atos golpistas de 8 de janeiro, onde o ex-ministro e auxiliares aparecem entre os vândalos.
Segundo o presidente, ele não estava “chateado” com a situação. Lula não discursou em um evento no Palácio do Planalto nesta quinta-feira, mas em uma cerimônia na quarta-feira, já após a demissão de Gonçalves Dias, ele falou sobre a relação com o Exército, sem mencionar diretamente o caso do ex-ministro.
Além de Gonçalves Dias, o secretário-executivo do GSI, Ricardo José Nigri, também pediu demissão. O órgão será comandado de forma interina pelo “número 2” do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli, que também foi interventor na segurança pública do Distrito Federal após os atos golpistas.
O ex-ministro Gonçalves Dias e seus auxiliares foram flagrados em vídeos que mostram a participação deles na invasão do Palácio do Planalto durante os atos golpistas de janeiro.
As imagens mostram Dias e seus subordinados abrindo portas e encaminhando vândalos para outros andares do prédio. A divulgação dos vídeos causou indignação na opinião pública e gerou críticas à gestão do presidente Lula. A demissão do ex-ministro e do secretário-executivo do GSI foi vista como uma tentativa do governo de minimizar o impacto do escândalo.