Os Estados Unidos decidiram cancelar vistos de brasileiros e ex-dirigentes da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) ligados ao programa Mais Médicos, lançado no governo Dilma Rousseff. Segundo o Miami Herald, o acordo feito com Cuba explorava médicos cubanos, que recebiam apenas parte do salário pago pelo Brasil.
Entre os nomes citados estão Mozart Julio Tabosa Sales, secretário de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde, e Alberto Kleiman, ex-assessor de Relações Internacionais do ministério e ex-diretor de Relações Externas da OPAS.
O programa, criado em 2013 para levar médicos a regiões carentes, foi operado por meio da Opas. O dinheiro era enviado ao governo cubano, que ficava com a maior parte, enquanto a Opas também recebia uma taxa. Isso gerou acusações de “trabalho forçado” e abriu processos nos EUA, mostrando falhas no modelo adotado pela gestão Dilma.
As sanções funcionam como um recado político
O governo Dilma deixou de garantir contratos transparentes e proteger os direitos dos médicos. Agora, anos depois, o Brasil enfrenta um constrangimento internacional que poderia ter sido evitado.
A decisão americana pressiona o Brasil a explicar como funcionava o repasse de dinheiro e qual foi a responsabilidade de autoridades na época. A imagem de “cooperação humanitária” do programa se enfraquece diante das denúncias e processos.
As restrições também atingem familiares dos envolvidos, aumentando o desgaste diplomático. Para os EUA, programas como o Mais Médicos, no formato usado com Cuba, configuram trabalho coercitivo e beneficiam regimes autoritários.
No fim, as sanções mostram que o programa deixou um legado controverso.
*Em Atualização