Em nova ofensiva pública contra o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou que o aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro seria “o candidato que o sistema quer”. A declaração foi feita nesta sexta-feira (28), em uma publicação no X (antigo Twitter), na qual o parlamentar reforçou que continuará “do outro lado” do PT, independentemente do cenário eleitoral.
Eduardo citou como exemplo as eleições municipais do Rio de Janeiro em 1988, quando Marcello Alencar (PDT) derrotou Jorge Bittar (PT). “Sempre disse que onde o PT estiver eu estarei do outro lado, que se for o Macaco Tião contra Lula eu prefiro o Macaco Tião – cito a eleição do Rio em 1988”, escreveu.
O deputado também acusou Tarcísio de tentar se beneficiar politicamente das investigações que atingem Jair Bolsonaro. Em tom duro, afirmou que o governador busca vantagem “da tortura feita contra meu pai, ou qualquer inocente”. Eduardo completou: “Uma pessoa de princípios, ao ver que mantém em cárcere privado um sujeito apenas para beneficiá-lo numa eleição, deveria ser a primeira a recusar a candidatura – a qualquer cargo. O apego ao cargo detona com o político. Eu não compactuo com quem prende idosos e pessoas inocentes.”
A nova postagem foi acompanhada do print de uma reportagem intitulada “Eduardo Bolsonaro admite apoio a Tarcísio como ‘voto anti-Lula’”, que relembra entrevista em que o parlamentar havia amenizado críticas ao governador e admitido apoiá-lo em um eventual confronto contra Lula (PT).
Eduardo Bolsonaro está nos Estados Unidos e responde a uma ação no Supremo Tribunal Federal por suposta coação no curso do processo. Ele é acusado de articular apoio internacional para sanções contra autoridades brasileiras, o que levou à inclusão do ministro Alexandre de Moraes na lista de sancionados pela Lei Magnitsky. Jair Bolsonaro também foi incluído nas apurações.
As investigações resultaram na ordem de prisão preventiva domiciliar do ex-presidente, posteriormente convertida em prisão preventiva em regime fechado. Atualmente, Bolsonaro cumpre pena de 27 anos e 3 meses determinada pela Primeira Turma do STF na ação sobre tentativa de golpe de Estado, e segue detido na Superintendência da Polícia Federal em Brasília.
Embora Tarcísio de Freitas afirme publicamente que será candidato à reeleição em São Paulo, evitando assumir uma pré-candidatura presidencial, seus discursos incluem análises sobre o cenário nacional e sobre o perfil desejado para o próximo presidente.
Nos bastidores, porém, o nome do governador é visto como forte alternativa para setores do centro e da direita. O presidente do PSD, Gilberto Kassab, afirmou que tanto Ratinho Júnior (PSD-PR) quanto Eduardo Leite (PSDB-RS) estariam dispostos a retirar suas candidaturas caso Tarcísio decida disputar o Planalto.