O Senado dos Estados Unidos rejeitou nesta quinta-feira, 6, uma resolução que tentava impedir o presidente Donald Trump de realizar ataques contra a Venezuela sem autorização prévia do Congresso. A votação ocorreu um dia depois de autoridades do governo afirmarem a parlamentares que Washington ainda não apresentou uma justificativa legal para bombardear o território venezuelano. O placar final foi de 51 a 49 contra o texto.
A resolução partiu de iniciativas dos democratas Tim Kaine e Adam Schiff, além do republicano Rand Paul. Para obter aprovação, ela precisava do apoio da maioria dos 100 senadores. No entanto, o Partido Republicano, que apoia Trump, controla 53 cadeiras. Assim, garantiu a inviabilidade da proposta. A preocupação com uma escalada militar cresceu depois dos ataques dos EUA a barcos próximos à costa venezuelana. O governo justificou as ofensivas como parte do combate ao tráfico.
Senado: possibilidade de ofensiva militar
Trump mencionou, em diversas ocasiões, a possibilidade de ações militares diretas contra a Venezuela. Ele confirmou do mesmo modo ter autorizado a CIA a conduzir operações de inteligência no país. Por outro lado, na semana passada, negou considerar ataques a território venezuelano.
O governo norte-americano mantém uma forte presença militar no Caribe, com navios, caças e milhares de soldados posicionados na região. Senadores foram informados sobre o tema em reunião com o secretário de Estado, Marco Rubio, e o secretário de Defesa, Pete Hegseth.
Parlamentares de ambos os partidos afirmam que não receberam explicações claras sobre os ataques recentes. O senador Mark Warner, democrata do Comitê de Inteligência, disse que o parecer jurídico apresentado pelo governo para justificar a operação não menciona autorização para ataques diretos à Venezuela. “Nada no documento sequer cita o país”.
Especialistas em direito internacional dividem opiniões. Alguns acreditam que a falta de aprovação do Congresso pode violar leis internas dos Estados Unidos e tratados internacionais. Outros consideram o tráfico de drogas um inimigo que precisa ser combatido com rigor e urgência. Enquanto isso, o debate sobre o papel do Legislativo em decisões de guerra segue aberto no Senado.