Sindicato de irmão do presidente Lula é alvo da PF por fraudes no INSS

O vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da Força Sindical (SINDNAPI/FS), Frei Chico — irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) —, é um dos dirigentes de entidades envolvidas em uma investigação que apura fraudes em descontos indevidos aplicados a benefícios pagos pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O rombo causado pelas irregularidades é estimado em R$ 6,3 bilhões, de acordo com a Polícia Federal.

O SINDNAPI/FS está entre as organizações que tiveram os convênios suspensos pelo INSS. A medida foi tomada após uma megaoperação realizada nesta quarta-feira (23), que cumpriu 211 mandados de busca e apreensão e seis de prisão em 13 estados e no Distrito Federal. A operação foi batizada de Sem Desconto.

Além do SINDNAPI/FS, outras entidades investigadas incluem:


  • Associação de Aposentados Mutualista para Benefícios Coletivos (Ambec)
  • Associação dos Aposentados e Pensionistas do Brasil (AAPB)

  • Associação dos Aposentados e Pensionistas Nacional (Aapen)

  • Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag)

  • Universo Associação dos Aposentados e Pensionistas dos Regimes Geral da Previdência Social (AAPPS Universo)
  • União Nacional de Auxílio aos Servidores Públicos (UNASPUB)

  • Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais do Brasil (Conafer)




A Confederação Brasileira dos Trabalhadores da Pesca e Aquicultura (CBPA) também teve convênios suspensos, apesar de não ter sido alvo de mandados.

Segundo o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, aposentados e pensionistas foram alvos vulneráveis de uma ação criminosa organizada. “Foi uma operação de proteção dos aposentados. Essa foi uma fraude contra pessoas que estão em uma fase adiantada da vida, naturalmente debilitadas, e que se tornaram vítimas fáceis de criminosos que se apropriaram das pensões e das aposentadorias”, afirmou em entrevista coletiva.

As investigações revelam que, entre 2019 e 2024, milhares de beneficiários tiveram valores descontados sem autorização. Segundo a Controladoria-Geral da União (CGU), esses valores eram transferidos diretamente às entidades conveniadas com o INSS, sem que os aposentados ou pensionistas tivessem ciência ou consentimento.

O presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, foi afastado do cargo por decisão judicial no contexto da operação. A ação contou com participação da PF, da CGU e do Ministério da Previdência Social, representado pelo ministro Carlos Lupi.

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