A 1ª Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) ouve nesta 4ª feira (21.mai.2025), a partir das 11h30, o depoimento de Carlos de Almeida Baptista Júnior, que foi comandante da Aeronáutica durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).
Baptista Júnior é uma das testemunhas da AP (Ação Penal) 2.668, que apura se houve tentativa de golpe de Estado depois das eleições de 2022 que deram vitória ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A acusação foi apresentada pela PGR (Procuradoria Geral da República), com base nas investigações da PF (Polícia Federal).
O depoimento de Baptista Júnior é considerado um dos mais importantes do processo. Em fevereiro, o ex-comandante da Aeronáutica afirmou à PF que um golpe de Estado poderia ter sido consumado caso o general Marco Antônio Freire Gomes, então comandante do Exército, tivesse aderido ao plano.
Segundo a versão de Baptista Júnior relatada à PF, Bolsonaro cogitou decretar a GLO (Garantia da Lei e da Ordem) ou Estado de Sítio, mas foi orientado a não dar andamento à empreitada.
O então comandante da FAB disse que Freire Gomes ameaçou Bolsonaro de prisão caso tomasse atitudes extremas. Ao mesmo tempo, o tenente-brigadeiro declarou que o almirante Almir Garnier Santos, chefe da Marinha, havia colocado suas tropas à disposição de Bolsonaro.
Baptista Júnior foi indicado pela PGR como testemunha de acusação no julgamento. Ele também foi convocado para depor como testemunha das defesas de Garnier, Bolsonaro e do ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira.