Subprocurador do MP pede apuração sobre atuação de maquiadores no gabinete de Erika Hilton

O subprocurador-geral do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), Lucas Rocha Furtado, protocolou nesta quarta-feira (25) uma representação pedindo que o tribunal apure a contratação de dois assessores do gabinete da deputada federal Erika Hilton (Psol-SP). O subprocurador quer que seja verificado se os secretários parlamentares estariam atuando, de fato, como maquiadores da congressista, o que poderia configurar desvio de função.


Segundo o documento, obtido pela CNN Brasil, a nomeação dos assessores como secretários parlamentares encobriria a prestação de um serviço de natureza particular. “Verifica-se que os assessores em questão, a despeito de alegações em sentido contrário, foram contratados em razão de sua qualificação como maquiadores e, de fato, exercem essa atividade em benefício direto da deputada”, afirma Furtado.

Caso a irregularidade seja confirmada, o subprocurador pede que o TCU determine o ressarcimento aos cofres públicos. A polêmica também já chegou ao Conselho de Ética da Câmara, com a apresentação de uma representação contra Erika feita pelo deputado Paulo Bilynskyj (PL-SP).

A deputada se manifestou nas redes sociais na terça-feira (24), rebatendo as críticas. Em uma publicação no X (antigo Twitter), Erika afirmou que a polêmica é uma “invenção” e que está sendo alvo de “perseguição”. Segundo ela, os assessores Ronaldo Hass e Índy Montiel são secretários parlamentares que a acompanham diariamente em comissões, audiências, agendas públicas e viagens oficiais, elaborando relatórios e auxiliando na interlocução com a população.

A deputada confirmou que conheceu os dois profissionais por meio do trabalho como maquiadores, mas alegou ter identificado “outros talentos” em ambos. “Quando podem, fazem minha maquiagem e eu os credito por isso. Mas se não fizessem, continuariam sendo meus secretários parlamentares”, escreveu.


Ronaldo Hass recebe atualmente salário de R$ 9.678,22, enquanto Índy Montiel ganha R$ 2.126,59. De acordo com o regimento da Câmara dos Deputados, é vedada a contratação de funcionários para prestação de serviços de caráter particular no âmbito da Casa.

Erika Hilton também afirmou que a controvérsia seria parte de um esforço político para deslegitimar sua atuação parlamentar. “Que a indigestão dessa gente comigo continue se acumulando. Que os exploda por dentro. Porque aqui, eu e meu gabinete continuaremos trabalhando. Comigo, com Ronaldo, com Índy e com tanta gente extremamente qualificada”, declarou

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